Congresos y Jornadas Didáctica de las Lenguas y las Literaturas - 2 | Page 707

(2009), há dialogicidade no discurso, pois há a presença de um sujeito ativo que elimina qualquer marca de passividade, de simples recepção, incorporando uma posição responsiva: o papel de posicionar-se, concordando ou discordando e ainda o papel de complementação, uma vez que se trata de interlocutores. Visto desse modo, o próprio produtor “não espera uma compreensão, por assim dizer, que apenas duble o seu pensamento em voz alheia, mas uma resposta, uma concordância, uma objeção, uma execução.” (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2009, p. 118). É essa atitude responsiva ativa que permite a incessante continuidade do diálogo, já que a pos ição de um interlocutor em relação ao outro instiga à resposta e, desse modo, um ininterrupto processo, no qual a palavra adquire contornos incontestáveis: Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão de um em relação ao outro. Através da palavra, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2009, p. 117 – grifos do autor). Nesse sentido, a dialogicidade permite que haja interação entre os sujeitos, mediante a palavra, que é o signo linguístico, marcada pela situação de produção, isto é, a realidade multifacetária que a cerca. O signo linguístico passa a ser tomado como produto social, materialização da comunicação, um “fenômeno ideológico por excelência” (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2009, p. 36). Essa afirmação Investigación y Práctica en Didáctica de las Lenguas 693