Congresos y Jornadas Didáctica de las Lenguas y las Literaturas - 2 | Page 197
de formas gramaticais e de estruturas sintáticas, a assimilação
de noções de coesão e de coerência, a utilização de coordenadas
espaço-tempo-reais, a representação da interlocução inerente
aos atos de linguagem e, sobretudo, a reflexão metalingüística
que está presente nos processos de aquisição da língua e de
criação da literatura. Esses saberes e competências negam, pois,
o conhecimento antecipado da língua sobre a literatura, freqüentemente expresso em afirmações que declaram ser necessário “ensinar língua mais literatura”, ou que é preciso “ensinar
língua e depois literatura”.
Desse modo, Língua e Literatura devem ser vistas e trabalhadas
como complementares, que dialogam num processo de produção
de sentido, e não uma hierarquicamente mais valorizada que a outra. Para além dessa discussão, as autoras Filipousk e Marchi (2010,
p.11) salientam que,
[...] nem o peso histórico do sistema da língua, nem os cânones da
literatura precisam ser trazidos para a aula como formas de calar,
escolarizando a leitura e anulando o leitor. A função do trabalho nas
aulas de Língua Portuguesa e Literatura é enriquecer o diálogo,
mas, frente a muito do que se conhece da tradição escolar, convém
lembrar que, sem o ponto de vista do leitor, não há diálogo nem leitura. Em nenhuma circunstância, o professor em sua pratica pedagógica, deve utilizar o texto literário para explorar palavras e frases
isoladas, para desafiar à compreensão de outros textos complexos,
ou ainda, estudar isoladamente suas estruturas gramaticais, ou seu
vocabulário, retirado do texto e discutido fora de contexto, especialmente para análise e classificação.
Portanto, ensinar Língua também é ensinar Literatura e a linguagem proporciona essa interação, pois “[...] a língua é concebida
Investigación y Práctica en Didáctica de las Lenguas
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