Congresos y Jornadas Didáctica de las Lenguas y las Literaturas - 1 | Page 1235
3. A transposição didática e suas implicações para a produção de
saberes e para as práticas docentes.
A transposição didática é um termo que surge no âmbito dos debates acerca da ressignificação da didática que por muitos anos se
constituiu como normativa, instrumental e neutra dos conteúdos.
Concebida como o método universal de ensinar tudo a todos, a didática fundamentou suas bases teórico-metodológicas na perspectiva da instrução de conteúdos e nos métodos e técnicas de ensino.
Porém, o compromisso com a transformação social e da educação
despertou os educadores para a busca de uma didática contextualizada e socialmente comprometida (perspectiva histórico-social).
Os estudos teóricos sobre a transposição didática têm como referência Yves Chevallardem 1991, em seu livro La Transposición Didáctica: del saber sábio al saber enseñado mostra que o saber científico
sofre um processo de transformação ao se tornar conhecimento ensinável no espaço escolar. Parte do seguinte pressuposto:
Um conteúdo do conhecimento, tendo sido designado como saber a ensinar, sofre então um conjunto de transformações
adaptativas que vão torna-lo apto a tomar lugar entre os “objetos de ensino”. O “trabalho”, que de um objeto de saber a ensinar faz um objeto de ensino, é chamado de transposição didática. (CHEVALLARD, 1991, p. 39).
Isso significa dizer que o saber se modifica para fins de aprendizagem. E que o professor, enquanto mediador da aprendizagem
deve saber transformar os conteúdos do saber em conteúdos de ensino; ou seja, em ações didático-pedagógicas que surgem das necessidades do processo de ensino-aprendizagem. Nessa direção, Perre-
Investigación y Práctica en Didáctica de las Lenguas
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