(COM)POSSIBILIDADES:OS 50 ANOS DO MAIO DE 68 com-possibilidades_os_50_anos_do_maio_de_68 | Page 8

Apresentação o resultado das eleições legislativas feitas após o mês do evento foi de vitória dos gaullistas, cuja figura representava o modelo autoritário e paternalístico protestado pelos estudantes. Certos críticos inclusive apontam que os próprios ideais de Maio de 68 foram cooptados pela sociedade de consumo, que era outro alvo dos protestos. Teria tal cooptação ocorrido por falta de uma liderança concreta? Não queremos responder esta questão pois nosso objetivo é parir um questionamento radical acima de tudo, assim como os situacionistas pretendiam fazer com sua análise da sociedade do espetáculo. É necessário que as ideias voltem a serem perigosas, ainda mais nos dias de hoje. O utopis- mo de Maio de 1968 inspira a crítica radical filosófica, de modo que não haja uma estrutura sem questionamento. Motivados pela efeméride de cinquenta anos deste impor- tante evento histórico, promovemos, no dia 04 de maio de 2018, na Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, um dia de debates acerca do Maio de 68, seus desdobramentos e sua larga influência, que persiste, indu- bitavelmente, até os dias de hoje. O evento (Com)possibilidades: os 50 anos do maio de 68, de caráter interdisciplinar, contou com a participação da professora Teresa Cristina Schneider Mar- ques (PPGCS-PUCRS) e dos professores Kelvin Falcão Klein (Letras-Unirio), Norman Roland Madarasz (PPGFil-PUCRS PPGL-PUCRS), Juremir Machado da Silva (PPGCom-PUCRS) e Moysés Pinto Neto (ULBRA). A presente publicação é resul- tado das conferências proferidas na ocasião. O texto de Teresa Cristina Schneider Marques, intitulado Maio de 1968 e a Transformação dos Repertórios de Ação Coletiva na França, realiza uma análise sociológica acerca do Maio de 1968, mais precisamente a respeito dos “repertórios de ação” utilizados durante as manifestações, que podem ser considera- dos como únicos, visto a multiplicidade de setores da sociedade participantes (estudantes e trabalhadores). É analisado no texto a como os repertórios de ação de maio de 68 transformaram os repertórios de ação posteriores da esquerda francesa a partir 7