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Teresa Cristina Schneider Marques
A expansão setorial incentivou ainda mais a difusão geográ-
fica da revolta. A partir de então o movimento também passou
a ultrapassar ainda mais os limites de Paris, e chegou a outras
cidades francesas, dentre as quais podemos destacar Lyon e
Rennes, que estão entre as maiores cidades do país.
A difusão geográfica e setorial da revolta também permitiu
que as greves fossem incluídas no repertório do movimento. Em
Nantes, teve início a greve geral, que começou com os operá-
rios da usina Sud-Aviation de Nantes, que ocuparam a fábrica.
O mesmo ocorreu com a Fábrica da Renault. Em seguida, a
Confedération Général des Travailleurs (CGT) convocou uma
greve geral aos trabalhadores de todos os setores da economia
francesa. A convocação teve imensa adesão, e o movimento rapi-
damente tomou proporções gigantescas, somando 10 milhões de
operários a aderirem a greve geral 32 . Todavia, para Tilly, as gre-
ves contavam com inovações, se comparadas com as anteriores:
Essa onda de greves é incomum. Não só porque quebra todos os
recordes em relação à escala e participação de especialistas, téc-
nicos e trabalhadores de colarinho branco, mas também porque
introduz formas de novas ações. A Assembléia Geral dos represen-
tantes do estabelecimento e membros de uma comissão de greve
única eleita pelos trabalhadores é inspirada no exemplo dado pelos
alunos. Por outro lado, as demandas por maior participação do
trabalho nas indústrias de alta tecnologia dão a estas greves um
novo ar 33 (TILLY, 1986, p. 481-482).
Portanto, influência dos jovens estudantes, para Tilly, trans-
formou performances tradicionalmente usadas pela velha es-
32 BECKER, 2000, p. 136.
33 Tradução livre do original: “Cette vague de grèves est inhabituelle. Non seulement
parce qu’elle bat tous les records quant à l’ampleur et à la participation des specialists,
techniciens et cols blancs, mais aussi parce qu’elle introduit des forms de actions
nouvelles. L’Assemblée générale des représentants de l’establishment et des membres
d’un comité de greve unique élu par les travailleurs s’inspire em partie del’exemple
donné par les étudiants. Par ailleurs, les revendications touchant une plus grande
participation ouvrière dans les industries de haute technologie donnent à ces grèves
un air nouveau” (TILLY, 1986, p. 481-482).
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