Entrevista | Daniel Fassa | [email protected]
Por uma cultura do diálogo
odiam, porque a passagem de avião que eles ti
p
nham era direto: São Paulo-Roma. Quando a gente
soube que eles não podiam passar por aqui foi um
momento de doação. Era como assumir a respon
sabilidade. A gente queria vê-los, estar em ligação
com eles. Naquele tempo, ir à Europa era como ir
a outro planeta, não era tão fácil como hoje. Eu
lembro que reunimos a turma toda e fizemos esse
ato de responsabilidade de assumir essa missão
aqui na América Latina. Mas um dos quatro mo
tores do avião que eles tomaram incendiou. Todo
mundo estava apavorado dentro do avião e o ca
pitão disse que estava tudo sob controle, mas que
teriam que fazer uma aterrissagem de emergência
no Recife. Aí ele desceu aqui. Eles levaram todos
os passageiros ao Hotel Boa Viagem e eles come
çaram a telefonar. Pelas cinco da manhã estava
toda a comunidade lá no hotel. Naqueles três dias
extraordinários a gente fazia reuniões no hotel. Aí
eles disseram que alguns de nós deveriam ir parti
cipar da Mariápolis [encontro anual dos membros
do Movimento] na Itália. Então assim definiu
-se que iríamos em cinco: meu irmão e quatro
meninas, dentre elas eu.
“A minha dúvida era: essa força do
amor, do perdão, da misericórdia,
resolve certamente desafios
pessoais. Mas resolve