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A hipersexualização da mulher negra é algo que remonta ao período da escravização da população de cor no Brasil. “Ela era (e ainda é) aquela que cuidava da casa e era forçada a se deitar com o senhor da casa grande, com o feitor ou com qualquer homem para qual ela fosse ordenada sempre em troca da sua vida. Seu desejo não era levado em conta, afinal objetos não possuem desejos e era como objeto que elas eram vistas. Objeto destinado ao serviço, ao prazer do homem branco e à procriação. Escolher uma mulher negra para uma relação afetiva era o mesmo que conspirar contra o ideal de uma nação superior”, explica Sazana.
A trancista gaúcha Jhozy Azeredo fala da experiência enquanto mulher negra, e da solidão, comum às mulheres de cor. “A solidão da mulher negra está em séries, em filmes e no nosso dia a dia. Quando eu comecei a fazer teatro, as pessoas falavam que se eu fosse fazer uma peça, eu iria fazer a mulher da favela, sozinha e com um monte de
filhos, ou a escrava, ou a tia Anastácia, ou a bandida. Esses são os papeis que cabem à mulher negra, infelizmente”, comenta.
Jhozy, que foi a primeira soberana negra da cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 140 anos do município, revela que sofreu com a solidão pela falta de amigos, pela discriminação na escola, quando participava de concursos, e, durante a adolescência, evitava relacionamentos com o argumento de que não queria namorar. Isso, segundo ela, era fruto de toda a vivência enquanto criança e pré-adolescente.