Catálogo Cine FAP Primeiro Semestre de 2017 | Page 8

Sessão Especial Homenagem à Seijun Suzuki 27/03/2017 Tóquio Violenta (Tôkyô Nagaremono: JAP, 1966 - 83 min.) Tetsuya "Phoenix Tetsu" Hondo é um implacável assassino de uma quadrilha da Yakuza que foi recentemente desativada quando Kurata, o chefe, resolveu se aposentar. Otsuka, líder de uma quadrilha rival, tenta recrutar Tetsu para o seu lado, mas o assassino nega o convite. Assim, o chefe do crime resolve eliminá-lo. Trechos de: “Seijun Suzuki: Prodígio da Abstração, Triunfo da Mise-en-Scène”, por Ruy Gardnier. Íntegra: http://www.contracampo.com.br/80/artsuzukigeral.htm Quando assistimos em seqüência aos filmes de Seijun Suzuki, a impressão é de entrar num universo paralelo com regras e características próprias, ligeiramente parecido com aquilo que estamos acostumados do cinema convencional, ligeiramente diferente de tudo que já vimos. É um cinema muito particular, distintivo o suficiente para transformá-lo em caso único – embora haja, claro, diversos pontos de ressonância com o que uma série de cineastas fazia em momentos parecidos –, e que ainda ostenta um charme muito particular de só ter sido descoberto tardiamente, quando já filmava bissextamente, como cineasta independente. Aliás, ainda resta saber se o cinema de Suzuki de fato chegou a ser descoberto para além de um círculo bem restrito de cinéfilos ao redor do mundo. Porque, embora algumas mostras tenham aberto os olhos da imprensa ocidental para esse cinema apaixonante e rebelde – começando com Roterdã em 1991, passando pelo Brasil em 1999 na Mostra de São Paulo e pela França em 2002 –, Suzuki ainda é mais um nome que se ouve falar do que um cinema que é efetivamente visto e distribuído, em salas ou através de lançamentos em vídeo ou dvd (no Brasil, só O Vagabundo de Tóquio/Tóquio Violenta é disponível, numa versão algo deformada). Mesmo os epítetos mais costumeiros – entre os quais "coreógrafo da violência", nome da mostra em vídeo que lhe dedicou o CCBB-RJ em abril – parecem nem chegar perto de dar conta das operações artísticas criadas por Suzuki para fazerem vibrar seus filmes.