Capacitação em Treinamento Funcional volume I | Page 9

TREINAMENTO FUNCIONAL 9 MOB IL I DA D E E E S TA B I L I DA D E                                    O corpo humano possui diversas articulações, estas, com diferentes graus de liber- dade de movimento e tipos de ossos. Grande parte das articulações possuem a capa- cidade de realizar uma deter- minada amplitude de movi- mento e também através da ação muscular, estabilizar, evi- tando assim um movimento indesejado. Analisando algumas arti culações do nosso corpo, pode-se identificar que algumas possuem uma maior mobilidade (amplitude de movimento) e outras maior estabilidade. Em uma conversa, Gray Cook e Michael Boyle estavam argumentando sobre este assunto e perceberam que esta característica de estabi- lidade e mobilidade era alter- nada em nossas articulações, ou seja, se uma articulação “X” possui naturalmente grande mobilidade, a próxima articula- ção provavelmente terá grande responsabilidade na estabiliza- ção do segmento analisado. Os autores deram o nome deste conceito de “joint by joint”, em português: articula- ção por articulação. O curioso desta análise é que muitas vezes, durante um movimento, uma articula- ção que necessita de um grau de amplitude e ela não realiza isto, por tensões, encurtamen- tos ou desequilíbrios muscu- lares em geral, a articulação seguinte (responsável pela estabilização) acaba sendo sobrecarregada no movimento e gerando desconforto e até possíveis lesões. Colocando em prática, na figura abaixo temos uma sequência de articulações que demonstram isso. - Mobilidade: capacidade do complexo articular se mover livremente de forma irrestrita através de todo o alcance de movimento. - Estabilidade: capacid- ade de um complexo articular manter a posição enquanto o movimento ocorre em outro lugar. Conceito do Joint by Joint Como exemplo, podemos citar um desconforto na coluna lombar, que possui um alto grau de mobilidade e precisa ser treinada em estabilidade, porém, se o quadril não possui mobilidade suficiente para realizar movimentos corporais, a coluna lombar acaba sendo sobrecarregada. Citando um agachamento, na fase descenden- te, o quadril deve flexionar para que a coluna lombar permaneça com suas curvaturas neutras, se o quadril restringir o movimento, a coluna lombar irá sofrer uma retificação, aumentando as forças que atuam sobre ela.