A desvalorização do idoso, dentro de sua família, é o reflexo da profunda representação negativa da velhice que a sociedade atual desenvolveu. A raiz desse fenômeno deve ser buscada nos valores que caracterizam nossa cultura. Nossa herança cultural e nossa história são vistas como sem importância. Entende-se a experiência dos velhos como inútil, algo ultrapassado. A terceira idade não produz, o que o sistema considera importante e não consome ou, quando o faz, é em pequena escala, pois os rendimentos previdenciários são, geralmente, muitos baixos (FIRRIGNO, 1991).
Desta maneira, por inúmeros fatores a valorização da pessoa é importante para o idoso, já que uma baixa autoestima leva à depressão, isolamento e solidão, promovendo, no sujeito, uma queda da resistência a problemas físicos e psicológicos (PEDREIRA, 1999).
Assim, é imprescindível, para os idosos, que a instituição tenha contato com a comunidade, evitando o isolamento destes numa realidade fechada. Esse contato poderia ser viabilizado através de oportunidades oferecidas aos grupos locais para visitarem a instituição, organização de atividades conjuntas, tanto de jovens como de idosos, com os residentes, bem como, proporcionar saídas frequentes dos idosos para passeios e atividades de lazer (OLIVEIRA A., 1999).
O autor Brocklehurst (1979) recomenda que, tratando-se de sua morada, onde, provavelmente, irá passar os últimos anos da sua vida, é importante que o idoso possa desfrutar de um ambiente descontraído, dedicar-se ao que lhe seja prazeroso. No entanto, a convivência de um grande número de pessoas exige o cumprimento de horários e regulamentos que assegurem o bem comum, higiene e segurança.
Ainda assim, Born (1996) refere que é imprescindível que se tenha uma rotina diária na instituição, a fim de que o processo de trabalho flua numa ordem cronológica das ações, facilitando uma assistência contínua e sistemática. Respeitar o idoso é, antes de mais nada, criar condições para que ele possa exercer sua autonomia, ainda que limitada por incapacidade física ou deficiências sensoriais.
Sabe-se que cuidar de um idoso institucionalizado constitui também uma tarefa complexa. Pressupõe reflexão profunda e superação de barreiras próprias relacionadas às nossas atitudes e condutas frente ao envelhecimento, dependência e morte. Significa compreender que a pessoa mais velha deve ser tratada como um indivíduo com uma história de vida própria caracterizada por herança e valores pessoais, com opiniões e preferências próprias. (DUARTE; PAVARINI, 1998).
A demonstração de respeito e amizade segundo Amâncio e Cavalcanti (1975), contribui muito para elevar a auto-estima das pessoas idosas e mobilizar seus próprios recursos para ajudarem-se mutuamente. Junto a isso, deve-se preservar um ambiente familiar que permita ao idoso buscar o autoconhecimento. Poderá, por vezes, ser conveniente que o idoso tenha à vista seus objetos pessoais e mesmo peças de decoração de sua propriedade, dando aquele ambiente um toque familiar e acolhedor, facilitando o reconhecimento do mesmo e reduzindo, dentro das possibilidades a rejeição ao asilo. (Leme e Silva, 1996).
Cumpre destacar, que seria utópico reconhecer tais instituições como próprio lar, mas aproximar de seu conceito é capaz, buscando principalmente o afeto entre os internos e agentes.