Campo Prático, caso do Idoso - afeto. 1 | Page 11

Primeiros passos

Se iniciaram os primeiros percursos em torno das atividades em Educação Alimentar e Nutricional III. Na qual tínhamos como campo prático o Hospital Madre Tereza de Calcutá (ambulatório comunitário).

Ao chegarmos no ambulatório que fica ao lado da casa do idoso, deparamos com um ambiente bem vazio, distante do ambulatório que geralmente é falado e que de fato é. E ao procurarmos a nutricionista responsável para uma conversa sobre nossa prática e sobre a realidade vista naquele momento, não a encontramos. Desta maneira, procuramos uma das responsáveis pelo asilo, a ? que nos explicou que ali dia de quinta feira não tinha o funcionamento do ambulatório com a nutrição e com boa parte das especialidades. Se tornando uma problemática central, pois nossa prática se basearia nos pacientes e nas vivências que o ambulatório nos proporcionaria. Isso nos levou a uma conversa para decidirmos como seria a problematização a partir da realidade que tínhamos.

Conforme a conversa ia se concretizando, íamos conhecendo toda a instalação da casa do idoso. E o encantamento pelo lugar, nos auxiliou a decidirmos mudar o foco do campo prático e realiza-lo de fato na casa do idoso junto com os idosos. Algumas meninas do grupo já conheciam o local e tinham anseios pessoais em poder de fato estar mais presente de alguma forma, com algum auxílio a mais. E essa se tornou nossa melhor realidade e escolha.

Conforme Berbel (1995) o estudo / a pesquisa se dá a partir de um determinado aspecto da realidade. Então, a primeira etapa é a da Observação da realidade e definição do problema. É o início de um processo de apropriação de informações pelos participantes que são levados a observar a realidade em si, com seus próprios olhos, e a identificar-lhes as características, a fim de, mediante os estudos, poderem contribuir para a transformação da realidade observada.

E foi considerando esse aspecto da mudança que remodelamos as perspectivas quanto ao campo prático. Desta maneira passamos o restante do momento interagindo e observando as particularidades existentes naquele ambiente. Observando a rotinas e seus aspectos. E também como é a interação dos idosos em coletivo, como o lugar, com os cuidadores.

Em um determinado momento, chegou um grupo de alunos do Colégio de Aplicação Macaé da Funemac, que desenvolveram um lanche coletivo através de salada de frutas e rodearam os idosos de alegria, música e muito carinho. Foi um momento de muita descontração com os idosos que acabou envolvendo todos que ali estavam. Era visível o quanto os idosos estavam contentes. O Sr Pedro é um idoso que está na instituição a 7 anos e ama cantar, com a chegados dos alunos ele muito se animou e cantarolou várias músicas com os alunos. É visível o quanto o afeto e alegria de viver quando os idosos se sentem valorizados e importantes. Quando de fato ele voltam a ser de interesse de alguém.

Conforme Silva et al. (2005), quando são estabelecidos vínculos afetivos entre pessoas idosas, estas se sentem mais fortalecidas para enfrentar a tristeza.

Aspectos positivos são mencionados por Bastiani e Santos (2000). Os autores relatam que, para alguns idosos, a institucionalização parece devolver um pouco de alegria, pois se sentem menos isolados, têm amizades, são bem cuidados, alimentam-se adequadamente e possuem seus objetos próprios.

Com isso, terminamos nosso primeiro campo prático muito satisfeitas e felizes apesar do desafio. Ainda estávamos descobrindo e redescobrindo alguns significados do que seria realmente nosso ponto central para sistematização através da observação da realidade.