Caderno de resumos do VII Seminário Temático Filosofia Ética e Políti Jun. 2016 | Page 20

tiva, não de questionar um ou outro, mas a própria barreira entre eles, enunciará uma nova possível compreensão do mito edipiano a partir de uma leitura esfíngica. Tal leitura perfaz-se no sentido de demonstrar como Édipo ao significar o enigma, desvendando a Esfinge, ocasionaria a redução do significante ao significado, provocando aquilo que Agamben chama de “canhestra remoção” da relação problemática entre filosofia e poesia. Agamben, então, faz ressurgir o caráter do enigma como inoperância imanente da linguagem, capaz de ser formulada e exposta pela poesia, possibilitando uma abertura e um atravessamento do significado e das lógicas de poder estabelecidas pela operacionalização do enigma e da poesia, numa constante redução da língua ao discurso. A comunicação proposta versará sobre os conceitos acima citados, com o objetivo de apresentar a função ética e política que Agamben delega à poesia enquanto possibilidade de não-operacionalização da língua. Palavras-chave: Experimentum linguae. Poesia. Ética. Inoperosidade. 20