Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 62
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ACESSIBILIDADE EM UMA ESCOLA PÚBLICA: DESVELANDO
CONTRADIÇÕES E APONTANDO AVANÇOS
Fabiano Monteles Sousa
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Raynara Carvalho Silva
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Danielson Souza da Silva
[email protected]
Profa. Dra. Mariana Guelero do Valle
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
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RESUMO: A acessibilidade aos diversos espaços é um direito da pessoa com deficiência e
também a possibilidade de tornar a inclusão uma realidade. A escola como uma instituição
social é caracterizada pela diversidade, mas ainda hoje é atravessada pelos olhares
homogeneizantes que lentamente são substituídos por olhares que reconhecem e valorizam as
diferenças. As mudanças sociais, culturais e históricas possibilitaram que a escola caminhe na
direção de um espaço mais inclusivo, tanto do ponto de vista físico quanto atitudinal, mas esse
processo é marcado por contradições e complexidades inerentes a realidade do ambiente
escolar. O presente trabalho objetiva desvelar possíveis contradições em relação a
acessibilidade identificados em uma escola pública do município de São Luís. Para a coleta de
dados foi realizada uma visita in loco para avaliação da acessibilidade na escola a partir de
rotas. Verificou-se que essa escola tem alunos com deficiência intelectual, deficiência auditiva
(parcial) e física, mas não apresenta, com deficiência visual ou múltipla. Entretanto, ressaltamos
que a escola precisa garantir a acessibilidade a todos que a compõem e aos que a procuram,
como integrantes da família dos alunos ou demais membros da comunidade, de modo que
acessibilidade seja garantida a todos. A escola tem iniciativas para sensibilização dos alunos,
professores e demais funcionários para o reconhecimento e valorização das diferenças, por
exemplo, a Semana da Pessoa com Deficiência e as ações da Sala de Recursos Multifuncionais,
que colabora com as necessidades educacionais específicas dos alunos com deficiência.
Entretanto, ao lado disso foram desveladas diversas contradições, dentre estas destacam-se:
presença de duas rampas com sinalização de acessibilidade para pessoas com deficiência física
que foram fechadas, o piso podotátil presente na escola foi colocado inadequadamente de modo
que o torna inviável de ser utilizado por pessoas cegas. Além disso, a escola não possui
sinalizações em braille ou libras que poderiam ser úteis para pessoas cegas e surdas. Essas
contradições sugerem que a acessibilidade apenas no âmbito discursivo sem ações efetivas ou
com ações inadequadas que promovam inclusão podem constituir-se em barreiras,
compreendidas como qualquer entrave ou atitude que limite ou impeça a participação social da
pessoa e comprometa o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e
de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à circulação com segurança, entre outros.
Conclui-se que a escola avança no campo da acessibilidade, mesmo com essas contradições
identificadas, pois os aspectos estruturais ainda podem ser modificados e o aspecto atitudinal
tem sido estimulado em sua cultura escolar. De modo que, a garantia da acessibilidade é
constituída por mudanças estruturais e atitudinais que em conjunto possibilitam que a pessoa
com deficiência tenha mais autonomia, liberdade e o seu direito de aprender seja garantido.
Palavras-chave: Acessibilidade; Pessoa com deficiência; Inclusão; Escola.