Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 317

Página | 317 CASA DO MARANHÃO: AS MANIFESTAÇÕES POPULARES MARGINALIZADAS ADENTRAM O ESPAÇO DE PODER, O BUMBA-MEU-BOI COMO PROTAGONISTA Adriana Dias Silva [email protected] Orientador: Marcelo de Sousa Araujo Universidade Federal do Maranhão – UFMA [email protected] RESUMO: O objetivo deste artigo é compreender a relação intrínseca entre campo de saber e espaço de poder, problematizando a seleção do bem cultural que compõe o acervo da Casa do Maranhão, no que diz respeito ao acervo sobre o bumba-meu-boi. Assim como, a construção da ideia de museu que surge como uma ferramenta de controle social, político e cultural da sociedade. A Casa do Maranhão caracterizada como espaço de poder enquanto instituição ligada a Secretaria de Cultura do Estado do Maranhão, aloja um campo de saber da cultura popular, o bumba-meu-boi e seus sotaques, manifestação popular anteriormente criminalizada pelo Estado. Atualmente, a Casa do Maranhão é considerada um espaço que salvaguarda a cultura do Maranhão caracterizada pelo Bumba-meu-boi, e reafirma uma “identidade” do ser maranhense. Como procedimento de coleta de dados foi realizada pesquisa bibliográfica e documental, e mesmo pesquisa de campo, com visitas ao museu e conversa com o diretor da casa. Do ponto de vista da abordagem utilizada, esta pode ser categorizada como pesquisa qualitativa. De acordo com a pesquisa, o que se percebe é o quanto as relações de poder e de interesse determinam o que será absorvido e de que forma será absorvido determinado conteúdo pela sociedade. Os museus como grande instrumento de construção do conhecimento, evidenciando e valorizando manifestações anteriormente criminalizadas, o que antes era “zoada” agora passa a ser considerado uma dança de ritmos e tradições, elevado ao patamar de Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão, inscrito pelo Iphan no Livro de Registro de Celebrações, em 2011. Palavras-chave: Casa do Maranhão; Museu; Bumba-meu-boi; Relações de poder.