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De fato, “ao se conhecerem, perceberam uns e outros que não eram poucos e que, unidos e
articulados, poderiam ganhar mais forças para enfrentar os problemas comuns (BANIWA,
2006, p.73). Com a redemocratização e a Constituição de 1988, os povos indígenas, tiveram
um grande reconhecimento, sendo um marco histórico na luta e na legislação brasileira, onde a
percepção com relação aos povos originários das terras brasileiras dera uma maior visibilidade
dos direitos indigenista e foram assegurados pela constituinte, através disso “inaugura-se a
possibilidade de uma nova relação entre o Estado, a sociedade civil e os povos indígenas, mais
de certa forma assegurá-los aos seus direitos é compromisso firmado, “porém, é necessário
destacar que, mesmo tendo seus direitos reconhecidos e assegurados na lei, os povos indígenas,
na maioria das vezes, não gozam esses direitos de maneira efetiva (TORRES, 2007, p.12).
Mesmo se os povos indígenas estiverem assegurados pela legislação e ao direito à diferença,
tendo como princípios o respeito à diversidade existente cultural dos povos indígenas, o que se
pode perceber é que existem várias formas de perceber esses povos, com visões estereotipadas
e confundidas pelo contexto histórico cultural, “na maioria das vezes essas populações são
vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada”
(TORRES, 2007, p.12). A década de 1990, foram anos que tiveram novos caminhos dentro do
movimento indígena brasileiro, havia a necessidade de desenvolver, sempre articulando com
outros grupos sociais, “havia uma disposição para fazerem acontecer as promessas que a
constituição recém-aprovada fizera, principalmente aquela que o Governo iria demarcar todas
as áreas indígenas num período de cinco anos”, fatos que não aconteceram e que já somam mais
de 30 anos de constituição aprovada e muito não se fez em relação as terras indígenas, uma das
maiores lutas é pela demarcação (MUNDURUKU, 2012, p.56). Portanto, o movimento
indígena no Brasil, nasce depois de muitos anos da colonização brasileira em meados de 1500,
de lá pra cá houve diversos ataques aos povos indígenas e as comunidades tradicionais
brasileiras, em decorrência de tantos ataques aos seus povos e o anseio de mais políticas e
direitos, aconteceram, pois, ainda na década de 60 os primeiros ensaios deste movimento onde
se pensaram na conjuntura nacional, valorizando e abrangendo todos os povos indígenas do
Brasil. Desde então o movimento sempre se fortaleceu e podemos perceber a organização e
estruturação de fato acontecendo sempre em busca de diálogos com o estado brasileiro e com
as comunidades de fora de suas comunidades indígenas. Mesmo estando por muitas vezes
ameaçados, pressionados e assassinados, as comunidades indígenas estão sempre em contato
denunciando seja a nível nacional ou internacional, dialogando sempre com as autoridades de
vários poderes e patentes Brasil afora.
Palavras-Chave: Movimento Indígena. Brasil. Organizações. Comunidades