Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 316

Página | 316 De fato, “ao se conhecerem, perceberam uns e outros que não eram poucos e que, unidos e articulados, poderiam ganhar mais forças para enfrentar os problemas comuns (BANIWA, 2006, p.73). Com a redemocratização e a Constituição de 1988, os povos indígenas, tiveram um grande reconhecimento, sendo um marco histórico na luta e na legislação brasileira, onde a percepção com relação aos povos originários das terras brasileiras dera uma maior visibilidade dos direitos indigenista e foram assegurados pela constituinte, através disso “inaugura-se a possibilidade de uma nova relação entre o Estado, a sociedade civil e os povos indígenas, mais de certa forma assegurá-los aos seus direitos é compromisso firmado, “porém, é necessário destacar que, mesmo tendo seus direitos reconhecidos e assegurados na lei, os povos indígenas, na maioria das vezes, não gozam esses direitos de maneira efetiva (TORRES, 2007, p.12). Mesmo se os povos indígenas estiverem assegurados pela legislação e ao direito à diferença, tendo como princípios o respeito à diversidade existente cultural dos povos indígenas, o que se pode perceber é que existem várias formas de perceber esses povos, com visões estereotipadas e confundidas pelo contexto histórico cultural, “na maioria das vezes essas populações são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada” (TORRES, 2007, p.12). A década de 1990, foram anos que tiveram novos caminhos dentro do movimento indígena brasileiro, havia a necessidade de desenvolver, sempre articulando com outros grupos sociais, “havia uma disposição para fazerem acontecer as promessas que a constituição recém-aprovada fizera, principalmente aquela que o Governo iria demarcar todas as áreas indígenas num período de cinco anos”, fatos que não aconteceram e que já somam mais de 30 anos de constituição aprovada e muito não se fez em relação as terras indígenas, uma das maiores lutas é pela demarcação (MUNDURUKU, 2012, p.56). Portanto, o movimento indígena no Brasil, nasce depois de muitos anos da colonização brasileira em meados de 1500, de lá pra cá houve diversos ataques aos povos indígenas e as comunidades tradicionais brasileiras, em decorrência de tantos ataques aos seus povos e o anseio de mais políticas e direitos, aconteceram, pois, ainda na década de 60 os primeiros ensaios deste movimento onde se pensaram na conjuntura nacional, valorizando e abrangendo todos os povos indígenas do Brasil. Desde então o movimento sempre se fortaleceu e podemos perceber a organização e estruturação de fato acontecendo sempre em busca de diálogos com o estado brasileiro e com as comunidades de fora de suas comunidades indígenas. Mesmo estando por muitas vezes ameaçados, pressionados e assassinados, as comunidades indígenas estão sempre em contato denunciando seja a nível nacional ou internacional, dialogando sempre com as autoridades de vários poderes e patentes Brasil afora. Palavras-Chave: Movimento Indígena. Brasil. Organizações. Comunidades