Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 273

Página | 273 O ESPÍRITO LIVRE: UMA CONCEPÇÃO DE HOMEM A PARTIR DO LIVRO “HUMANO, DEMASIADO HUMANO”, DE FRIEDRICH NIETZSCHE Camila de Jesus Ferreira [email protected] Edneyson Reis Soares Amaral [email protected] Lindeilson de Jesus Martins [email protected] Maria de Jesus Ribeiro [email protected] Orientador: Prof. Dr. Flávio Luiz de Castro Freitas [email protected] RESUMO: Este trabalho é oriundo de leituras e reflexões acerca do livro “Humano, demasiado humano”, de Friedrich Nietzsche que, como o próprio nome sugere, coloca o homem em uma nova posição dentro daquilo que comumente se atribui competência humana e aquilo que se tem atribuído à capacidade divina, sobrenatural, de interferir sobre o destino do homem. Uma posição que passa a privilegiar a autonomia intelectual de homens livres, como foram chamados por Nietzsche, estes novos homens modernos. Este trabalho tem como objetivo assim, analisar o projeto de homem pensado pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche em sua obra “Humano, demasiado humano”. Ao longo de todo o texto tenta-se fazer um paralelo entre o projeto de homem, pré-revolução industrial, que é combatido pela filosofia nietzschiana e o seu novo projeto contemporâneo para a humanidade. Da mesma forma, busca-se compreender o porquê desse homem nietzschiano ser demasiado humano. Chega-se a conclusão de que a obra “Humano, demasiado humano” instrumentaliza a humanidade, possibilitando-a uma nova forma de pensar a si e o mundo. É uma obra que, acima de tudo, permite ao homem se colocar como protagonista de suas escolhas lhe dando liberdade para acertar e errar dentro de um processo constante de transformações, haja vista ele ser humano. Não há, pois, dentro deste novo projeto de humanidade, espaço para a filosofia platônica e cristã, que durante muitos séculos degeneraram o homem, enfraquecendo-o ao ponto de este ficar prostrado, enfraquecido que foi, por contemplar um ideal de vida que só é possível pós-morte. É contra o enfraquecimento do homem que esta obra se apresenta. Tirando dele toda essa noção de pecado que sempre o acovardou e escravizou. Diz o filósofo, o homem é livre. E por isso deve aproveitar a vida, pois esta é a única certeza que se tem: “A vida como lucro da vida. — Por mais que o homem se estenda em seu conhecimento, por mais objetivo que pareça a si mesmo: enfim nada tirará disso, a não ser sua própria biografia (NIETZSCHE, 2000, p. 161)”. Palavras-chave: Homem nietzschiano. Espírito Livre. Humano, demasiado humano. Filosofia.