Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 256

Página | 256 LINGUAGEM, PERFECTIBILIDADE E EDUCAÇÃO NA PERSPECTIVA DE JEAN- JACQUES ROUSSEAU Francyhélia Benedita Mendes Sousa [email protected] Orientador: Prof. Dr. Luciano da Silva Façanha Licenciada em Filosofia -UFMA [email protected] RESUMO: Pesquisa de natureza teórica que investiga a relação entre Linguagem, Perfectibilidade e Educação no pensamento de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Objetiva fazer uma análise da relação entre a concepção rousseauniana de linguagem, perfectibilidade, e educação, com base na comparação entre o hipotético homem natural apresentado no Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens (1755) e a criança presente no Emílio ou da Educação (1762). Desenvolve-se metodologicamente a partir das leituras comparadas da bibliografia, realizadas no grupo de pesquisa, bem como de análises interpretativas dos textos do autor. A investigação apresenta dados que permitem perceber a intrínseca relação entre linguagem, perfectibilidade e educação. O homem natural, sem a mínima noção de formação, desenvolveu-se segundo o acaso, seguindo o percurso que as intempéries naturais lhe impuseram. Nesse sentido, quando se analisa a conexão entre homem natural e criança, verifica-se que a preocupação de Rousseau diz respeito à ação da perfectibilidade sobre a criança; o modo como suas faculdades virtuais serão desenvolvidas. Não é simplesmente, com o progresso da fala que Rousseau se preocupa, porém, a maneira como o desenvolvimento ocorre na criança. Um dos motivos está ligado à representação: “linguagem torna-se o veículo mais expressivo de sua capacidade de representação, sendo por meio dela que o homem pode exteriorizar-se, colocando-se mediante apreciação do juízo alheio, isto é, mediante o olhar público” (DALBOSCO, 2016, p. 59). Nesse sentido, a linguagem é uma representação, a palavra não é a coisa, mas a sua representação, por meio do qual ocorre a cisão no eu, dando a possibilidade ao falante de colocar-se fora de si mesmo; “colocar-se calculadamente, por meio da linguagem no lugar do outro, para usá-lo com fins de interesse próprio” (DALBOSCO, 2016, p. 59). A dissimulação da linguagem é um dos perigos que a perfectibilidade da comunicação traz ao homem. Há aqui a afirmação da necessidade de uma educação que conduza o educando de forma conveniente e responsável. Emílio, distintamente do primitivo natural, já nasce no estado social, e por precisar ser inserido no meio social não precisará criar signos para designar os objetos que os cercam. Porém, será conduzido por meio de uma linguagem já instituída. Por conseguinte, a cultura em que Emílio viverá, advém de uma sociedade formada por desigualdades e vícios de variados tipos. Desse modo, por já partilhar de uma herança cultural corrompida, o aluno precisará também ser guiado para que não seja traído pela própria cultura. Portanto, é nesse sentido que a presente investigação objetiva ser desenvolvida. Palavras-chave: Rousseau1; Linguagem2; Perfectibilidade3; Educação4.