Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 232

Página | 232 DO FILME “O DOADOR DE MEMÓRIAS” E A PERCA DE UMA POSSÍVEL IDENTIDADE, PRESENTE NAS MEMORIAS, ATRAVÉS DA ENTIFICAÇÃO DO “HOMEM”. Ivo Reis Santos [email protected] Me. Luís Magno Veras Oliveira Universidade Estadual do Maranhão, Campus Paulo VI, São Luís – MA [email protected] RESUMO: Partindo da análise do filme “O doador de memorias” tendo como título original The Giver, produzindo em 2014, o propósito desde trabalho é estimular uma reflexão acerca do pensamento de Heidegger sobre a otimização da entificação do homem, ao qual se potencializa em uma cultura tecnicista levando-o a limitar suas possibilidades de existência, o que no filme o leva a esquecer de seu passado, assemelhando-se ao seu aspecto de decadência, ao qual ele já está naturalmente posto. Tal pensamento é precisamente encontrado na obra Ser e tempo (1927). Através do filme pode-se observar um esquecimento do passado após uma grande catástrofe. Os anciãos dessa sociedade criam um sistema em que não há diferença entre as pessoas. As memórias do mundo preexistente são apagadas. Todos usam roupas definidas pelo governo, todos têm empregos definidos pelo governo (em cerimônia após atingir certa idade), usam os meios de transporte definidos pelo governo e têm as suas emoções tiradas pelo governo através de uma injeção diária. Dessa forma, fica evidente, que os indivíduos de tal sociedade são comparados com meros objetos cujo objetivo se volta para uma manualidade e serventia, o que claramente define o ente intramundano. E este ente de acordo com Heidegger, é aquele que estando à mão por exercer a sua funcionalidade, deixa vir à tona a mundanidade do mundo, ou seja, quem foge do seu aspecto original de Dasein ou ser-aí. Sendo este aquele que tem uma relação com os entes e, através da mesma, compreende e modifica a sua realidade, o que se destaca através de Jonas, o protagonista, que sempre se sentiu à parte, mas não entendia o motivo. Jonas é o único incerto sobre seu futuro (característica que destaca bem a ideia de estar lançado no mundo, facticidade em Heidegger). O caráter de angustia surge então como forma desveladora de sentidos para o protagonista uma vez que o mesmo começa a lembrar de seu passado. Palavras-chave: Memoria; Entificação; Possibilidades; Angustia.