Caderno de Resumo do III SIICS Caderno de Resumos do III SIICS | Page 181

Página | 181 THÉATRON: LUGAR PARA VER, MAS VER O QUÊ? Raylson Silva da Conceição [email protected] Orientadora: Dra Tania Cristina Costa Ribeiro [email protected] Universidade Federal do Maranhão/ PPGAC RESUMO: O presente artigo tem como objetivo refletir sobre como se dá a construção do conhecimento do espectador teatral nos espaços ludoviscenses. Reflexão que faz parte da minha pesquisa de mestrado em Artes Cênicas da UFMA/PPGAC, intitulada A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO NA RECEPÇÃO TEATRAL DA CENA CONTEMPORÂNEA EM SÃO LUÍS: o teatro como acontecimento. Pesquisa na qual tem como objeto empírico o espectador em espaços tradicionais de são luís. Por ser uma pesquisa em fase embrionária alguns aspectos metodológicos ainda estão em processo de definição. Entretanto, ao que tange o referencial teórico aqui apresento alguns estudiosos que possibilitarão um diálogo para a construção de tais reflexões. Primeiramente Denis Guénoun (2003) por valorizar o espectador no acontecimento teatral. Momento em que enfatiza que o verdadeiro sentido do termo “théatron” se encontra no espectador. Com isto a função e importância do teatro passa a estar no ver a si mesmo na arquibancada e no que o ator tem para mostrar colocando este, o espectador, como peça fundamental para o acontecimento do teatro. Para Guénoun, a recepção teatral/arquibancada é vista como local de construção de conhecimento para além do palco. Em seguida, apresento Barbara Botter (2012) que fundamenta a necessidade dos “argumentos” daquilo que vemos sobre o homem e o mundo e da “educação” do olhar. Para dialogar sobre as teorias da recepção teatral, busco Flávio Desgranges (2009) por ele abordar fenômenos, que considero relevantes para as reflexões: “traços mnemônicos” e a “sinestesia”. Fenômenos que possibilitam a compreensão de como o espectador se relaciona com a cena teatral. Por último, relaciono as contribuições dos teóricos citados com o conceito de “acontecimento teatral” do crítico e historiador argentino Jorge Dubatti (2016). Parto do princípio que, com base nestes teóricos, durante a recepção teatral o espectador está submetido a um constante diálogo com a “poiesis” do ator e que neste diálogo alguns “fenômenos” acontecem com o espectador. Fenômenos estes que fogem da nossa área de conhecimento, mas que sem a sua compreensão não seria possível uma reflexão pautada na construção do conhecimento durante o acontecimento teatral. Palavras-chave: Teatro; Espectador; Percepção; Conhecimento.