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PARA DESCOLONIZAR OS CURRÍCULOS DAS ESCOLAS DOS TERRITÓRIOS
QUILOMBOLAS DA BAIXADA MARANHENSE: A EXPERIÊNCIA DE UM
PROJETO EXTENSIONISTA NO IFMA CAMPUS PINHEIRO
Jadson Fernando Rodrigues Reis
[email protected]
Domingas Cantanhede dos Santos
[email protected]
Instituto Federal e Tecnológico do Maranhão
RESUMO: Este trabalho apresenta a experiência do desenvolvimento de um Projeto de
Extensão intitulado Educação, escolas quilombolas e formação de professores na Baixada
Maranhense organizado pelo IFMA Campus Pinheiro, através do seu Núcleo de Estudos
Afrobrasileiros e Indiodescendentes (NEABI), em colaboração com a UFMA Campus Pinheiro
e com o Movimento Quilombola da Baixada Maranhense (MOQUIBOM). Este projeto
apresenta como objetivo contribuir com a formação de professores que atuam nos anos finais
do Ensino Fundamental da educação escolar quilombola do Território Pau Pombo, localizado
no município de Santa Helena (MA). Desse modo, a metodologia do projeto contempla a
realização de módulos e oficinas interdisciplinares para a formação continuada de professores
que atuam nas escolas de territórios quilombolas da microrregião, contemplando as
especificidades sociais e culturais dessas comunidades, as produções dos seus modos de
existência, suas identidades, formas de relação com os seus territórios, a memória e a
ancestralidade africana e afro-brasileira. Nesse sentido, a proposição deste projeto está alinhada
com a compreensão de que as práticas educacionais das escolas quilombolas não devem estar
divorciadas das dimensões acima elencadas, descolonizando o imaginário etnocêntrico e racista
que permeia os seus currículos. Os aportes teóricos adotados foram Grosfoguel (2008), Mignolo
(2008), Gomes (2012), Arroyo (2013), Almeida (2013), Freire (1996). Como resultados deste
trabalho esperamos que os sujeitos envolvidos possam problematizar a visão que o currículo
escolar e, concomitantemente, o discurso docente nutre em relação às comunidades
remanescentes quilombolas; promover o estudo da memória, ancestralidade, oralidade,
corporeidade, estética e do etnodesenvolvimento, produzido pelos quilombolas ao longo do seu
processo histórico, político, econômico e sociocultural; construir saberes e práticas pedagógicas
que contemplem e respeitem as formas de organizações das comunidades tradicionais; e
estabelecer estratégias para unir os saberes quilombolas e os saberes científicos na produção do
conhecimento e nos processos de ensino e de aprendizagem.
Palavras-chave: Baixada Maranhense. Educação Quilombola. Currículo. Descolonizar.