acolhimento às necessidades sentidas pelas mulheres e seus companheiros, através de uma
escuta técnica resolutiva com a construção de vínculos pode ser um momento crucial para
que se sintam apoiados e tomem a melhor decisão diante da situação. Em síntese, o acolhimento propõe a reorganização do serviço buscando garantir ao usuário acesso universal,
resolubilidade e atendimento humanizado15.
A clínica ampliada e compartilhada, relacionada ao aleitamento materno, busca um modo de
fazer que expanda seu “objeto de trabalho” deixando de considerar apenas a doença para considerar a mulher e o seu entorno, visto que não existe problema de saúde ou doença “descolado” da pessoa. Busca contribuir para a ampliação do grau de autonomia do usuário. Contudo,
para que haja a efetivação d esse modo de fazer, em situações de vulnerabilidade e labilidade
emocional, é imprescindível a existência de vínculo entre o profissional e o usuário16.
Os pressupostos para a elaboração do Programa Municipal de Promoção, Proteção e Apoio ao
Aleitamento Materno são a vinculação com o modelo de atenção e gestão em construção na
cidade, integração com a Política Municipal de atenção à saúde da mulher, criança e adolescente e com o modelo lógico da intervenção voltado para redução da mortalidade infantil.
A explicitação do modelo lógico é um reconhecimento da necessidade de formular teorias
e hipóteses que sirvam como um marco de referência para comunicar a previsibilidade das
atividades processuais envolvidas e os resultados esperados da intervenção setorial relacionados ao aleitamento materno 17.
O motivo para se construir uma intervenção baseada em um modelo lógico se deve à necessidade de descrever de forma clara e explícita os seus objetivos, ponderando-se que muitas
vezes falta consenso entre os atores envolvidos sobre os objetivos e os resultados esperados
das intervenções18. Através do modelo, como uma ação comunicativa, abre-se caminho para
o diálogo entre as políticas públicas de saúde e os usuários potenciais do programa. Não esquecendo que o primeiro usuário é aquele responsável por sua implementação. A partir da
sua compreensão é possível identificar mais facilmente os componentes do programa, o que
é essencial, as áreas para a sua melhoria, as partes da intervenção que podem ser avaliadas
e as questões de monitoramento e avaliação que são factíveis e úteis para os usuários e gestores do programa.
Neste rumo, os Componentes do modelo lógico do Programa Municipal de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento materno, representados na figura 3, estão muito interligados e
compreendem: 1) Articulação interinstitucional 2) Diagnóstico e Avaliação de serviços e ações
programáticas 3) Iniciativa Hospital Amigo da Criança 4) Banco de Leite Humano e Postos de
Coleta de Leite Humano 5) Unidades Básicas de Saúde 6) Atividades Domiciliares 7) Educação
Popular em Saúde e os direitos da mulher e da família.
Figura 3 – Componentes do Programa de Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno
do município de Recife
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Aleitamento Materno - da visita domiciliar ao banco de leite humano