sentaram diminuição significativa, a primeira que era de 38,6 por 1000 nascidos vivos passou
para 8,9‰ enquanto a segunda caiu de 39,1‰ para 4,1‰ (Figura 2).
Figura 2 – Evolução do coeficiente de mortalidade infantil, neonatal e pós-neonatal em Recife, no período de 1980 a 2007.
Entre as múltiplas estratégias de enfrentamento da mortalidade infantil em todo o país está
a promoção, proteção e o apoio ao aleitamento materno (AM). Conforme demonstraram
Gareth et al4, o aleitamento materno é uma das ações básicas que tem maior impacto na
redução da mortalidade e sozinha é capaz de prevenir 13% das mortes de crianças menores
de cinco anos no mundo.
A alimentação segura e nutrição adequada são direitos fundamentais da criança reconhecidos
universalmente como essenciais para que possam gozar de elevados padrões de saúde. Além
disso, o direito da mãe de dispor de informações adequadas e condições que favoreçam suas
decisões quanto à alimentação de seus filhos na primeira infância é um poderoso instrumento
de promoção da saúde e da qualidade de vida da criança.
A importância do aleitamento materno para o desenvolvimento infantil saudável apresenta
evidências cientificas incontestáveis. O leite materno é o único alimento perfeito para as
crianças; protegendo contra infecções e favorecendo um melhor desenvolvimento infantil.
Também traz vantagens para as mães, tais como a redução do tempo para a involução uterina, favorecendo a melhor transição parto/pós-parto e em conseqüência, diminui os riscos de
anemia pela menor perda de sangue. É fator de proteção contra as doenças como o câncer de
mama e de ovário5 além de ter um efeito contraceptivo, pelo aumento dos intervalos entre
as gestações. A amamentação se configura ainda como excelente oportunidade de interação
da díade mãe-bebê, favorecendo o estabelecimento de vínculo afetivo que resulta em maior
segurança para a mãe e para o desenvolvimento psicossocial da criança6.
O aleitamento materno promove ainda benefícios econômicos diretos quando são considerados os custos com os substitutos do leite materno e indiretos quando se considera os gastos
decorrentes do tratamento de doenças como as diarréias, doenças respiratórias e alergias
que acometem com maior freqüência as crianças que não são amamentadas de forma exclusiva7.
Todavia, apesar das vantagens fatores como a inserção da mulher no mercado de trabalho,
a industrialização dos alimentos8, a difusão do uso de chupetas e mamadeiras , bem como a
pouca divulgação dos conhecimentos científicos quanto aos benefícios do aleitamento materno9, entre outros contribuíram para o declínio do aleitamento materno como fenômeno
mundial10.
A redução do aleitamento materno produziu impacto importante sobre a mortalidade infan-
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Aleitamento Materno - da visita domiciliar ao banco de leite humano