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COMEX ENTREVISTA
Prof. Bilar - Sr. Rodrigo, a Unidade Acadêmica de Serra Talhada (UAST) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) está localizada na Zona de Amortecimento do PEMP e teve uma grande influência no processo de criação dessa unidade de conservação. O que o senhor tem a dizer sobre a relação existente entre a UAST e o PEMP?
Sr. Rodrigo – Existe uma boa relação interinstitucional entre PEMP e UAST/UFRPE. A UFRPE foi protagonista no processo de criação da área, sendo uma das instituições de respaldo que apresentaram essa demanda à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Considerando que o PEMP é um grande laboratório a céu aberto e que um dos seus objetivos é dar apoio ao desenvolvimento de pesquisas científicas dos mais diversos campos do saber, inclusive aplicadas à gestão da área, ainda há um grande leque de possibilidades de estudos a ser explorado pela UAST/UFRPE, sendo mútuos os benefícios a serem obtidos com os conhecimentos gerados. No entanto, cabe esclarecer que para a realização de pesquisas e atividades educativas no PEMP é necessário obter uma autorização específica junto à CPRH. É importante salientar que a UFRPE/UAST compõe o Conselho Consultivo do Parque, tendo um papel importante, como instituição de ensino, pesquisa e extensão, no direcionamento das ações de manejo. Reforço que o conhecimento científico é a base para as ações de manejo do PEMP, sem informações não temos como fazer gestão. Mais uma vez, coloco-se à disposição para esclarecer qualquer informação sobre pesquisas – futuras, em andamento e concluídas – inerentes ao PEMP.
Prof. Bilar – A UFRPE tem tradição na realização de ações de extensão universitária voltadas ao enfrentamento de situações de desigualdade e exclusão social, à promoção da cidadania e à defesa do meio ambiente, articulando o ensino e a pesquisa em favor do desenvolvimento científico, da natureza e da melhoria das condições de vida da sociedade. Tais ações devem estimular atividades que priorizem a integração de esforços entre as diversas áreas do conhecimento. Nesse sentido, quais atividades extensionistas estão sendo ou poderiam vir a ser realizadas por professores e alunos da UAST/UFRPE em parceria com o PEMP?
Sr. Rodrigo – Atualmente, não tenho conhecimento de ações de extensão universitária sendo realizadas oficialmente na área de abrangência do PEMP. Sei que elas devem estar acontecendo, mas não estão integradas com a gestão do PEMP. Essa é uma grande oportunidade: integrar as ações de gestão do PEMP com os projetos de extensão da UFRPE/UAST! Um dos pontos fracos do PEMP é a existência de um úncio servidor até o momento (eu). Mas, através da integração de ações, essa fragilidade, mesmo que por um período específico, não seria grande obstáculo para a realização de atividades de educação ambiental. O plano de manejo, nosso balizador das ações, trouxe um diagnóstico onde são apontadas uma série de ameaças (ambiente externo) ao PEMP. Essas ameaças podem ser tratadas com o apoio da extensão universitária, trazendo como resultado a redução da pressão sobre a área de preservação. Posso citar alguns exemplos de ameaças: desmatamento, uso de agrotóxicos, deposição irregular de resíduos sólidos domiciliares (lixo), caça e captura de animais silvestres, uso indiscriminado do fogo, dentre outros.
Vol. 2 – Setembro de 2017