Vol. 1 – Agosto de 2017
Nesse quesito a gente pode elogiar a ação da Federal Rural de Pernambuco que investe nessa área. Eu lembro que quando eu estava na Federal de Viçosa, eu, pelo menos, tirando a Semana do Fazendeiro, não tinha um programa desse que oferecia bolsa para os estudantes e para os professores para desenvolver uma ação de extensão. Eu não sei se é uma diretiva do ministério para que as Universidades façam isso hoje, mas na Rural essa é uma realidade que eu louvo. "Tem que louvar a Universidade Federal Rural por isso. Mas de forma oficial, infelizmente, a extensão diferente da pesquisa, ela é totalmente negligenciada no Brasil".
Equipe COMEX – Aquela ideia da prima pobre né. Alguns autores dizem que a extensão não deveria nem existir né? Que deveria ser uma coisa, uma continuidade natural da pesquisa e do ensino, essa interação... Mas dentro desse contexto da Extensão Universitária, quais as perspectivas daqui para frente dentro da nossa Unidade? O que você espera também nesse sentido? Já emendando, que experiência mais marcou nessas andanças todas? Se você conseguir lembrar, obviamente devem ser tantas?
Professor Carlos – Uma lembrança boa... Têm várias na verdade né? De coisas que marcam a gente. Quando a gente desenvolveu o tema sobre utilização... Que é o projeto de extensão atual... Que a gente está dando treinamento sobre máquinas e implementos agrícolas. A gente estava falando de acidentes na direção dos tratores. O momento que o pessoal abriu o coração e começou a falar dos acidentes que já aconteceu com eles. Várias pessoas então começam a relatar que um colega perdeu o dedo no moinho, que outro quase foi atropelado por um trator, que uma pessoa que já sofreu acidente com trator, etc. Relembrando isso. Outro momento também foi quando a gente estava trabalhando na questão do agrotóxico. Quando comecei a dizer para eles os efeitos que o agrotóxico pode causar na pessoa de forma imediata ou ao longo do tempo.
Então é muito gratificante poder ter essa interação com as pessoas e também sempre dando recado para as pessoas: Olha a Universidade está lá. se você precisar nós temos nove cursos lá, temos agronomia, zootecnia, engenharia de pesca, biologia, química e etc. O que vocês precisarem a gente está lá. Para gente poder está atendendo vocês. Na comunidade de Ivan Souto, por exemplo, o pessoal estava precisando fazer um currículo para pedir serviço aqui na UAST. Eles não sabiam fazer um currículo. Então às vezes também a gente pensa que o projeto de extensão precisa ser aquela coisa sofisticadíssima, Quando na verdade o que as pessoas estão precisando é de saber fazer um tratamento de água caseira, saber preparar um currículo, saber manejar os alimentos, saber transformar um alimento de leite, por exemplo, e seus derivados, para você poder agregar valor naquele produto. saber utilizar um pouquinho melhor a refrigeração e por aí vai. Coisas simples, que para gente são simples mas que para eles pode fazer toda a diferença.
Equipe COMEX – Com certeza. E Nesse contexto então qual lugar da extensão nesse cenário atual político e econômico? Onde está a extensão nesse contexto de corte recursos, de limitação de recursos. Qual lugar da extensão?
Professor Carlos – Falando do Brasil? Com certeza numa posição, infelizmente, muito ruim. Porque a gente vê que o produtor rural precisa de extensão no campo, de Extensão Rural, para auxiliá-lo nas várias questões. E praticamente não tem essa extensão, nem de forma oficial e apenas um pouquinho nos projetos que as Universidades e outros centros de pesquisa desenvolvem.
COMEX ENTREVISTA
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