Equipe COMEX – E nessas caminhadas professor pelas comunidades, nessas assistências e nesses diálogos... É inevitável perguntar qual a principal dificuldade que você encontrou para praticar essas ações de extensão?
Professor Carlos – Bom, acho que uma deles é a parte de recursos. Que a gente quer fazer um bom trabalho de extensão. "Mas como fazer um bom trabalho de extensão praticamente sem recursos"? Mas eu reconheço que esse recurso que vem nos nossos projetos de extensão ele ajuda muito (700 reais como cota adicional à bolsa BEXT). Agradeço mesmo, já fiz esse agradecimento por escrito para o pessoal da PRAE. E se eles pudessem aumentar a quantidade de bolsas seria ótimo, e eles aumentaram no último edital... Eles abriram um segundo.
Equipe COMEX – Só fazendo um parêntese, a proposta agora da PRAE é que os projetos sejam julgados por um consultor Ad-hoc. A partir daí terá um ranking, não vai ter mais cota destinada para UAST, cota para UAG e etc. Obviamente que deve ter algum critério para não deixar isso acontecer, para ter uma distribuição equitativa.
Professor Carlos – Mas, eu acho que essa cota ainda é necessária. Porque tanto a UAST, quanto a UAG, e começando lá do Cabo de Santo Agostinho, "nós ainda não conseguimos se estruturar ao ponto de concorrer com o pessoal da sede. Afinal de contas já são mais de 100 anos". Então lá eles já tem, vamos dizer assim, o cobertor deles é maior, para gente concorrer com eles vai ser difícil. Mesmo a gente conseguindo aprovar bastante, pelo fato da cota. Quando a gente entrar em um ranqueamento só, a estrutura deles lá é bem maior. Da onde eles conseguem tirar recursos, para poder fazer o projeto de extensão, é maior. Tipo, eles vão ter mais transportes, eles vão ter mais laboratórios, eles vão ter mais técnicos, que tudo isso ajuda no desenvolvimento do projeto.
Equipe COMEX - É eu entendo, com certeza isso faz uma diferença, mas acredito que nossa qualidade também transpõe talvez certas limitações que nós temos né?
Professor Carlos – Mas eles também têm lá os professores de mais de 20 anos de casa né... Vai ser uma concorrência pesada. Mas olha só! Se tivesse mais recurso eu acho que a gente... E dentro de um programa de extensão... Igual ao que o senhor estava dizendo... Eu acho que a gente poderia fazer um trabalho ainda melhor. "E melhor ainda se dentro desse programa a gente fizesse ações conjuntas, direcionadas, toda a Unidade trabalhando em torno de um tema". Aí eu acho que ficaria ainda mais... A gente fortaleceria as ações, as ações elas não iam ser diluídas em um ano, a gente ia ter uma continuidade dessas ações... Ai seria interessante.
Equipe COMEX – Exatamente. Achamos que cada vez mais a gente tem que buscar esse longo prazo no desenvolvimento das ações... Porque interrompe ano a ano, e a gente as vezes muda o nome do projeto mas continua com a ação porque um ano não dá pra muita coisa né? E professor, além das limitações e das nossas dificuldades, qual a principal... Eu não diria a principal, mas, que lição mais marcante a gente traz, você traz dessas experiências no campo aqui na nossa região?
Professor Carlos – "A cada ano a gente conhece pessoas diferentes, experiências diferentes e eu acho que hoje estou mais aprendendo do que ensinando no campo". Para gente é super gratificante, para os alunos, como vai mudando né a cada ano. Os alunos também vão conhecendo a realidade da região e a gente vai conhecendo como é que eles trabalham lá no campo. Muitas vezes a gente tem muito a contribuir para melhorar o trabalho deles lá, tanto em termos de segurança no trabalho, em termos de eficiência do trabalho e também levar a novidade e buscar a novidade do saber das pessoas.
COMEX ENTREVISTA
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