Os números falam por si, a venda de VEs entre 2014 e 2016 quase quadruplicou, sendo que o maior crescimento se verificou entre 2015 e 2016. Os portugueses não são conservadores, antes pelo contrário, inovam desde o século XVI, quando definiram uma estratégia para conquistar novos mundos.
ponsabilidade dos diferentes atores, como por exemplo reduzir ou eliminar as portagens para os VE.
E o apoio das marcas, é suficiente? Quase todas as marcas que comercializam em Portugal fazem parte da APVE. Esta é uma prova do interesse deste setor.
Não concordam que o fator conhecimento / experiência( isto é, saber na prática o que é hoje um VE e como funciona) poderia contribuir para acelerar ainda mais a adoção deste tipo de veículos? Não podemos concordar mais, e como referido esse é um dos objetivos da APVE: levar o conhecimento ao público em geral e ao poder local e central.
A mobilidade elétrica não se resume apenas às vendas de automóveis elétricos, que estão relativamente bem face ao contexto europeu. Existe ainda muito trabalho noutros aspetos e que envolvem diversas entidades e setores, há necessidade de atuar na área da regulamentação e normalização e na integração dos sistemas de produção e consumos, isto é, garantir que a mobilidade elétrica é alimentada por energia renovável.
Onde se situa a mobilidade elétrica em Portugal quando comparada com os outros mercados europeus? A mobilidade elétrica em Portugal está a percorrer o caminho que outros países como a Noruega já percorreram há muito mais tempo. Se pensarmos que a venda de VEs entre 2014 e 2016 mais que triplicou, parece-nos que estamos com um arranque promissor.
Por vezes parece ser verdadeira a ideia de que um veículo elétrico é de alguma forma visto ainda como“ marginal”... Os números falam por si, a venda de VEs entre 2014 e 2016 quase quadruplicou, sendo que o maior crescimento se verificou entre 2015 e 2016. Os portugueses não são conservadores, antes pelo contrário, inovam desde o século XVI, quando definiram uma estratégia para conquistar novos mundos.
O que poderia / deveria mudar do ponto de vista prático para ir ao encontro das necessidades dos utilizadores? Ultimamente o governo tem vindo a contribuir de forma generosa, nomeadamente através dos fundos estruturais, para a requalificação da rede pública de carregamento de VEs e para a substituição de veículos de frotas, de combustão interna para elétrico, a acrescer à gratuiti- cidade da utilização da rede de carregamento e da eletricidade ali consumida. É claro que é sempre possível fazer mais, mas a APVE reconhece o grande esforço que tem sido feito neste sentido. Por outro lado, há alguma falta de enquadramento legal, que se está a tentar debelar. Do lado das autarquias, há muito já feito, por exemplo é banal que os VEs tenham estacionamento exclusivamente dedicados, não paguem estacionamento ou sejam isentos de taxas de publicidade. Há sistemas de bicicletas elétricas partilhadas a serem implementados. Há outras medidas que podem ser promovidas localmente, especialmente enquanto o mercado está em crescimento, de forma a discriminar positivamente os VEs, como por exemplo a criação de zonas de acesso exclusivo a veículos localmente não poluentes ou vantagens em termos de portagens.
E do ponto de vista fiscal? Os incentivos são adequados tendo em conta que há que pensar no equilíbrio das contas públicas. Há outras iniciativas que não estão totalmente dependentes do estado mas da res-
Carregamento: como avaliam a rede pública atual? Na nossa opinião, a rede está a seguir a trajetória correta e a dar passos que vão permitir cobrir as necessidades em todo o país e criar um modelo de negócio que, uma vez consolidado e devidamente regulamentado, passará a ser gerido por privados.
O que falta ainda para que um VE / híbrido seja uma opção totalmente válida? Do lado dos utilizadores privados, falta ação pedagógica, sensibilizá-los para pensamento de longo prazo e planeamento das suas vidas. Em suma, ensinar a contabilizar o retorno no tempo de vida útil do veículo e demonstrar essa mais-valia. Do lado público, incentivar ações de promoção das renováveis em paralelo com a transição para a mobilidade elétrica. Olhar para as necessidades logísticas das autarquias e quantificar qual o impacto real nessa transição também numa ótica de planear e fundamentar a decisão em análises de longo prazo. •
Mais informações em: www. apve. pt
Os números falam por si, a venda de VEs entre 2014 e 2016 quase quadruplicou, sendo que o maior crescimento se verificou entre 2015 e 2016. Os portugueses não são conservadores, antes pelo contrário, inovam desde o século XVI, quando definiram uma estratégia para conquistar novos mundos.
blueauto
63