entrevista
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO VEÍCULO ELÉTRICO
entrevista
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DO VEÍCULO ELÉTRICO
‘ A mobilidade elétrica é uma realidade sem retorno’
O que é a APVE? A Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico( APVE) é um organismo de Utilidade Pública sem fins lucrativos, de âmbito nacional, criado em 1999, que tem como missão a promoção de uma ampla utilização de veículos com propulsão elétrica( a Bateria, Híbrido e a Pilha de Combustível) integrada numa política de mobilidade sustentável.
Como e quando nasceu a Associação? A APVE foi criada em julho 1999 e surgiu na sequência daquilo que já existia na Europa, especialmente em França. A ideia partiu de um conjunto de pessoas ligadas ao ensino e não só, que aquando da realização do Simpósio Internacional do VE fundam a APVE enquando secção portuguesa da associação europeia AVERE.
Quais são os seus objetivos? Para a prossecução do seu objeto social a APVE tem como objetivo estratégico desenvolver atividades nos domínios da:- Promoção de VEs- Divulgação e informação sobre VEs- Regulamentação e Normalização de VEs- Técnica e Demonstração de VEs
Quem são os associados? A APVE conta com Associados individuais e Coletivos, atualmente cerca de 120 ao todo, sendo cerca de 60 % coletivos. O nosso trabalho é obviamente em prol dos membros, e para que tenhamos maior peso na relação com a sociedade e com as decisões governamentais é importante a massa associativa, nesse sentido procuramos ter um conjunto de membros de diversos setores, com interesses comuns na associação mas com áreas diversificadas de trabalho, entre elas: área de I & D, com universidades, institutos públicos; área do ambiente e território, com agências de energia e autarquias; representantes e marcas auto; área da energia, com fornecedores de energia e mais recentemente ligados aos postos de carregamento.
Que tipo de iniciativas promove a APVE? A APVE promove iniciativas de divulgação aproveitando o facto de ter entre os seus responsáveis especialistas em toda a fileira do setor. Contribui ainda para o aumento do conhecimento participando em projetos de investigação e inovação. Sendo uma entidade pro-ativa e facilitadora, promove o diálogo com os parceiros na procura de soluções para a descarbonização do setor e para a redução das emissões poluentes, apostando na penetração de veículos elétricos a substituir veículos de combustão interna, sejam bicicletas, motos, automóveis, autocarros, veículos de logística, ou de outras atividades específicas com energia primária de origem renovável. Promove o diálogo com a administração central, contribuindo para a organização e coordenação da estratégia e planificação da mobilidade elétrica no país, e fazendo lobby para que a sua adoção seja acelerada e mais rapidamente o país possa responder aos compromissos internacionais que assume( por exemplo, no Acordo de Paris ou no Pacto dos Autarcas) e atingir as metas a que se propõe. Organiza regularmente, em parceria com outras instituições, eventos de discussão que pretendem desenvolver o conhecimento sobre a matéria, como por exemplo o“ Smart Cities e Mobility”, e integra diversos painéis de debate em conferências, seminários e workshops sobre o tema. Promove iniciativas de sensibilização sobre as mais-valias da mobilidade elétrica e como esta pode contribuir para a sustentabilidade do sistema de transportes, como por exemplo as que todos os anos integram a Semana Europeia da Mobilidade em vários pontos do país.
Enquanto Associação, que balanço fazem do momento atual da mobilidade elétrica? A mobilidade eléctrica é uma realidade sem retorno. Na mobilidade urbana, por exemplo, defendemos uma redistribuição modal mais racional e sustentável, com maior peso das deslocações em modos ativos, por exemplo com recursos a bicicletas elétricas PEDELEC, e em Transportes Públicos, a evoluírem no sentido da eletrificação das frotas dos operadores, nomeadamente os rodoviários( autocarros, táxis) e futuramente também dos fluviais, uma vez que os ferroviários estão há muito garantidos. Por outro lado, conscientes de que haverá sempre necessidade de recurso ao automóvel particular, a APVE defende uma migração acelerada dos automóveis de combustão interna para os automóveis elétricos, principalmente agora que o mercado está maduro e oferece já soluções competitivas em investimento, e com retornos de investimento claramente vantajosos face às opções tradicionais. Neste particular, para quem não pode ou não quer dispensar a utilização do automóvel, a APVE defende a banalização de serviços de automóveis partilhados em grande escala, sendo neste caso necessário que as autarquias continuem a criar condições favoráveis ao aparecimento deste tipo de soluções. Por outro lado, congratulamo-nos com o esforço que a administração central tem estado a fazer nos últimos meses, no sentido de garantir a atualização da rede de carregamento pública de acesso público e de criar enquadramento favorável( incluindo pacotes legislativos) que agilizem e promovam a adoção da mobilidade elétrica( nas suas diferentes formas) em alternativa à utilização de automóveis de combustão interna.
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