BlueAuto#2 Blueauto_02_julho-agosto2017 | Page 46

emissões gases de escape. Contudo, rapidamente se atingiu um patamar a partir do qual não era possível baixar as emissões dos diferentes compostos referenciados como nocivos. Ac- tuar a montante, exclusivamente nos motores, e em particular no processo de combustão, não resolvia por si só o problema. E foi assim que, em meados dos anos 70, a indústria apa- receu com os catalisadores de oxidação, apa- relhos destinados a depurar o monóxido de carbono (CO) e os hidretos (HC) por acções químicas de oxidação, facto que colocou no- vos desafios: em primeiro lugar, o preço dos catalisadores; em segundo, a sua durabilida- de – sobretudo, quando confrontada com a duração dos próprios motores; e, finalmente, as exigências quanto à qualidade da gasolina, nomeadamente a necessidade de que ela dei- xasse de incluir na sua produção o famoso te- traetilo de chumbo – composto que havia sido introduzido na década de 20 como exigência da própria indústria –, pondo em causa a fia- bilidade das válvulas e das respectivas sedes. Como habitualmente, a indústria rapidamente 46 A generalidade das marcas americanas, mesmo aquelas que no passado se tinham dedicado predominantemente aos segmentos compactos (como a Hudson, na foto), desenvolveu vários modelos de grandes dimensões e, consequentemente, com grandes consumos. adoptou novos materiais e novos processos de produção das válvulas e das sedes com vis- ta a minimizar a ausência do chumbo nas ga- solinas. Mas o grande desafio nasceu da inte- racção entre os construtores de motores e as gasolineiras, que criaram programas comuns de desenvolvimento que permitissem não só diminuir as emissões como reduzir os consu- mos e aumentar a fiabilidade dos motores. A Ford Motor Company e a Mobil Oil, por exem- plo, criaram um programa denominado IIEC (Inter-Industry Emission Control Program) que se desenvolveu entre 1967 e 1977 e permitiu atingir níveis de conhecimento importantes. Ao longo da década de 70, o catalisador de duas vias conquistava assim uma enorme po- pularidade e a sua evolução foi notável. Nos anos 80, porém, a necessidade de actuar com mais veemência nos óxidos de azoto exigia um novo passo tecnológico: o catalisador de três vias. n José Barros Rodrigues (Texto) Editorium (Fotos) blueauto