emissões
gases de escape. Contudo, rapidamente se
atingiu um patamar a partir do qual não era
possível baixar as emissões dos diferentes
compostos referenciados como nocivos. Ac-
tuar a montante, exclusivamente nos motores,
e em particular no processo de combustão,
não resolvia por si só o problema. E foi assim
que, em meados dos anos 70, a indústria apa-
receu com os catalisadores de oxidação, apa-
relhos destinados a depurar o monóxido de
carbono (CO) e os hidretos (HC) por acções
químicas de oxidação, facto que colocou no-
vos desafios: em primeiro lugar, o preço dos
catalisadores; em segundo, a sua durabilida-
de – sobretudo, quando confrontada com a
duração dos próprios motores; e, finalmente,
as exigências quanto à qualidade da gasolina,
nomeadamente a necessidade de que ela dei-
xasse de incluir na sua produção o famoso te-
traetilo de chumbo – composto que havia sido
introduzido na década de 20 como exigência
da própria indústria –, pondo em causa a fia-
bilidade das válvulas e das respectivas sedes.
Como habitualmente, a indústria rapidamente
46
A generalidade das marcas
americanas, mesmo
aquelas que no passado
se tinham dedicado
predominantemente aos
segmentos compactos
(como a Hudson, na foto),
desenvolveu vários modelos
de grandes dimensões e,
consequentemente, com
grandes consumos.
adoptou novos materiais e novos processos
de produção das válvulas e das sedes com vis-
ta a minimizar a ausência do chumbo nas ga-
solinas. Mas o grande desafio nasceu da inte-
racção entre os construtores de motores e as
gasolineiras, que criaram programas comuns
de desenvolvimento que permitissem não só
diminuir as emissões como reduzir os consu-
mos e aumentar a fiabilidade dos motores. A
Ford Motor Company e a Mobil Oil, por exem-
plo, criaram um programa denominado IIEC
(Inter-Industry Emission Control Program) que
se desenvolveu entre 1967 e 1977 e permitiu
atingir níveis de conhecimento importantes.
Ao longo da década de 70, o catalisador de
duas vias conquistava assim uma enorme po-
pularidade e a sua evolução foi notável. Nos
anos 80, porém, a necessidade de actuar com
mais veemência nos óxidos de azoto exigia um
novo passo tecnológico: o catalisador de três
vias. n
José Barros Rodrigues (Texto)
Editorium (Fotos)
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