CLEBER GOMEZ, DO SPANI ATACADISTA:
higiene e beleza cresce, na média, 25%
mais do que as outras categorias.
neste cenário interno das lojas. Por
exemplo, era bem comum o consumi-
dor final e até mesmo clientes “pes-
soa jurídica” serem surpreendidos já
no checkout com a informação de que
cartão de crédito não era aceito para
pagamento. “Hoje, a maioria deles já
começa a aceitar esses cartões, bem
como de débito, e já oferecem servi-
dor final e comerciante. E já há muitas
lojas que são voltadas até para consu-
midor final”, situa André Felicissimo,
gerente de Vendas da P&G.
Mas, ainda melhor do que tudo
isso, é que já é possível observar
avanços nas lojas de atacarejo em ter-
mos de ambientação. “A ambientação
da loja melhorou, você vê lojas mais
Segundo a Kantar, os atacarejos vêm ganhando
espaço nas compras de itens das categorias de
higiene e beleza, com destaque para desodorante,
creme dental, papel higiênico, shampoo e sabonete,
que atraíram novos lares para o canal em 2018
ços, alguns têm sacolinhas plásticas,
etc. Esses players só têm que tomar
cuidado para não começar a agregar
muitos custos, porque aí vai come-
çar a ficar uma equação incompatível
para se manter o preço. E aí o custo
não vai ser condizente com isso. En-
tão, eles já estão conseguindo aos
poucos oferecer algumas coisas para
atrair o consumidor final, de modo
que na maioria deles já tem uma pro-
porção de 50% e 50%, entre consumi-
iluminadas, corredores amplos, um
pouco mais agradável de se circular”,
exemplifica o gerente de Vendas da
multinacional norte-americana. Na
visão de Paulo, da Alfaparf, a evo-
lução neste canal em termos de mer-
chandising é notável. “Em tempos
mais distantes, víamos apenas produ-
to e preço. Hoje temos uma série de
materiais de merchandising que vão
desde pontas de gôndola, stoppers,
saias, wobblers e até mesmo as emba-
# 167 | jun/jul 2019
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AtuAlidAde COSMÉtiCA
lagens com packs, descontos diferen-
ciados, produtos desenvolvidos para
canais/regiões específicas, tudo isso
para estar cada vez mais próximo do
consumidor e atender às suas necessi-
dades”, celebra.
Hellen Lima, do Assaí Atacadista,
não esconde que, nos últimos cinco
anos, foi possível observar um cres-
cente movimento de consumidores fi-
nais nas lojas de atacado de autosser-
viço e, consequentemente, nas unida-
des de sua rede, o que impactou nas
características das lojas. “Esses clien-
tes foram atraídos pelo preço baixo
e economia característicos do setor.
A mudança nos hábitos de consumo
de parte da população impulsionou
mudanças na ambientação e no sorti-
mento de nossas lojas, como um au-
mento no mix de produtos de higiene
pessoal e beleza. Seguimos atentos às
tendências de consumo para melhor
atender às diferentes necessidades
dos nossos clientes”, diz.
TRABALHANDO BELEZA
É possível identificar um reflexo de
todo esse desenvolvimento do ataca-
rejo também nas farmácias, de acordo
com o gerente de vendas da P&G. Ele
conta que, conforme o consumidor
percebeu a proposta de valor ofereci-
da pelo atacarejo e que casava muito
bem por conta das questões econômi-
cas já citadas, ele migrava para este
canal para fazer sua compra do mês.
Entretanto, ele percebia que o sorti-
mento que procurava não estava todo
lá. “Então, ele precisava completar a
compra dele em outros canais. Mas
ele não iria querer investir um outro
tempo, de uma hora ou uma hora e
meia, de compra para completar o
sortimento dele. Ele não iria comprar
em um hipermercado, já que já tinha
escolhido o atacarejo. Ele tinha de es-
colher uma outra compra de conve-
niência, algo rápido, e ele encontrou
isso na farmácia”, explica André.