Ateneu Os Lusiadas | Page 5

“Os Lusíadas”, como poema épico, tem na estrutura um total de 8.816 nversos decassílabos, divididos em estrofes de 8 versos, as oitavas, que por apresentar um esquema fixo de rimas em sequência ABABABCC, recebem o nome de oitava rima. No poema há um predomínio dos versos decassílabos heroicos (com tonicidade na 6ª e 10ª sílabas) e um menor número de versos decassílabos sáficos (com tonicidade na 4ª, 8ª e 10ª sílabas). Temos, portanto, um total de 1.102 estâncias ou estrofes, com a citada abaixo: "Passada esta tão próspera vitória,(A) Tornando Afonso à Lusitana terra,(B) A se lograr da paz com tanta glória(A) Quanta soube ganhar na dura guerra,(B) O caso triste, e dino da memória,(A) Que do sepulcro os homens desenterra,(B) Aconteceu da mísera e mesquinha(C) Que depois de ser morta foi Rainha.”(C) (C.III, 118) Pa/ssa/da_es/ta/tão/prós/pe/ra/vi/tória 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 A estrutura em oitava rima foi absorvida de dois autores italianos, Boiardo (final do século XV), com “Orlando enamorado” e Ariosto (início do século XVI) com “Orlando Furioso”. O poema é dividido em 10 partes, os cantos, sempre representados em algarismos romanos. Se dividirmos 1.102 estâncias (=estrofes) em 10 cantos, temos uma média matemática de 110 estrofes por canto. No entanto, essa noção não é precisa, pois o Canto VII, sendo o mais curto, contém 87 estâncias, o Canto IV apresenta 104, enquanto no Canto X temos 156 estrofes. A numeração das estrofes zera ao iniciar cada canto para melhor localização das partes. O episódio do Velho do Restelo como exemplo, está no Canto IV, das estâncias 94 a 104 (C.IV, 94-104).