“Os Lusíadas”, como poema épico, tem na estrutura um total de 8.816
nversos decassílabos, divididos em estrofes de 8 versos, as oitavas,
que por apresentar um esquema fixo de rimas em sequência
ABABABCC, recebem o nome de oitava rima. No poema há um
predomínio dos versos decassílabos heroicos (com tonicidade na 6ª e
10ª sílabas) e um menor número de versos decassílabos sáficos (com
tonicidade na 4ª, 8ª e 10ª sílabas). Temos, portanto, um total de 1.102
estâncias ou estrofes, com a citada abaixo:
"Passada esta tão próspera vitória,(A)
Tornando Afonso à Lusitana terra,(B)
A se lograr da paz com tanta glória(A)
Quanta soube ganhar na dura guerra,(B)
O caso triste, e dino da memória,(A)
Que do sepulcro os homens desenterra,(B)
Aconteceu da mísera e mesquinha(C)
Que depois de ser morta foi Rainha.”(C)
(C.III, 118)
Pa/ssa/da_es/ta/tão/prós/pe/ra/vi/tória
1 2
3
4 5
6
7 8 9 10
A estrutura em oitava rima foi absorvida de dois autores italianos,
Boiardo (final do século XV), com “Orlando enamorado” e Ariosto
(início do século XVI) com “Orlando Furioso”.
O poema é dividido em 10 partes, os cantos, sempre representados
em algarismos romanos. Se dividirmos 1.102 estâncias (=estrofes) em
10 cantos, temos uma média matemática de 110 estrofes por canto.
No entanto, essa noção não é precisa, pois o Canto VII, sendo o mais
curto, contém 87 estâncias, o Canto IV apresenta 104, enquanto no
Canto X temos 156 estrofes. A numeração das estrofes zera ao iniciar
cada canto para melhor localização das partes. O episódio do Velho
do Restelo como exemplo, está no Canto IV, das estâncias 94 a 104
(C.IV, 94-104).