ESQUECIMENTO: A REPRESENTATIVIDADE DE
ALBERTO PIMENTEL NO SÉCULO XXI
É fácil perceber a ausência de Alberto Pimentel no reconhecimento dos leitores contemporâneos. O autor portuen-se está totalmente ausente nas salas de aula: ele nem é ao menos mencionado em livros didáticos atuais que abordam a história da literatura portuguesa. Na contemporaneidade, Alberto Pimentel não faz parte do hall de autores cânones na história da literatura portuguesa. Provavelmente sua ausência deve-se ao fato de ter tido uma produção numerosa e marcadamente vasta – o que não agradou determinados críticos do século XIX, como será mostra-
do posteriomente neste dossiê. Não há um motivo ao certo, mas o fato é que Pimentel acabou sendo apagado da memória que atualmente se construiu em torno dos grandes escritores portugueses da segunda metade do século XIX.
❧ Como estudioso das tradições populares em Portugal, Pimentel possui obras que são frequentemente mencionados como referências importantes ao estudo do fado – estilo tradicional da música portuguesa. Ao autor, tal importância é atribuída especial e especificamente pela publicação das obras "A triste canção do sul" (1904) e “As alegres canções do norte” (1905), nas quais as origems deste estilo musical são delineadas. "A triste canção do sul" chega a ser mencionada e discutida por Mário de Andrade em seus artigos publicado no livro “Música, doce música” (1933).
❧ Como biógrafo, Pimentel também é lembrado com frequência em teses e artigos referentes a Camilo Castelo Branco. Além de ser o primeiro deles, Alberto Pimentel é considerado um dos mais importantes biógrafos de Camilo, como foi mencionado anteriormente.
"O Porto na Berlinda": uma tese bastante familiar
"A porta do paraíso", 4ª ed. p. 27 - archive.org.