Alberto Pimentel: dossiê com pesquisa historiográfica sobre o autor. 13 de novembro de 2015. | Page 6

No prólogo escrito à 4ª edição de "A Porta do Paraí-so" (1900) romance que comentaremos posteriormente Alberto Pimentel afirma que conseguiu seu editor graças a reco-mendações de seu amigo Camilo Castelo Branco.

ESQUECIMENTO: A REPRESENTATIVIDADE DE

ALBERTO PIMENTEL NO SÉCULO XXI

É fácil perceber a ausência de Alberto Pimentel no reconhecimento dos leitores contemporâneos. O autor portuen-se está totalmente ausente nas salas de aula: ele nem é ao menos mencionado em livros didáticos atuais que abordam a história da literatura portuguesa. Na contemporaneidade, Alberto Pimentel não faz parte do hall de autores cânones na história da literatura portuguesa. Provavelmente sua ausência deve-se ao fato de ter tido uma produção numerosa e marcadamente vasta o que não agradou determinados críticos do século XIX, como será mostra-

do posteriomente neste dossiê. Não há um motivo ao certo, mas o fato é que Pimentel acabou sendo apagado da memória que atualmente se construiu em torno dos grandes escritores portugueses da segunda metade do século XIX.

Contudo, se desconsiderarmos sua produção enquanto romancista, determinados estudos de Alberto Pimentel são atualmente lembrados pela academia como referências à pesquisa sobre dois assuntos específicos:

Como estudioso das tradições populares em Portugal, Pimentel possui obras que são frequentemente mencionados como referências importantes ao estudo do fado estilo tradicional da música portuguesa. Ao autor, tal importância é atribuída especial e especificamente pela publicação das obras "A triste canção do sul" (1904) e “As alegres canções do norte” (1905), nas quais as origems deste estilo musical são delineadas. "A triste canção do sul" chega a ser mencionada e discutida por Mário de Andrade em seus artigos publicado no livro “Música, doce música” (1933).

Como biógrafo, Pimentel também é lembrado com frequência em teses e artigos referentes a Camilo Castelo Branco. Além de ser o primeiro deles, Alberto Pimentel é considerado um dos mais importantes biógrafos de Camilo, como foi mencionado anteriormente.

O único estudo contemporâneo que encontramos a respeito do autor é a dissertação de mestrado em literaturas ro- escrita por Rute Faro, intitulada “O Porto na Berlinda: Memórias de Alberto Pimentel”.

"O Porto na Berlinda": uma tese bastante familiar

"A porta do paraíso", 4ª ed. p. 27 - archive.org.