importância histórica e etnográfica em tais obras, uma vez que há a possibilidade de analisá-las como riquíssimas fontes para estudos atuais a respeito de tradições populares e costumes de uma sociedade portuguesa que vivera em épocas passadas.
A autora aponta para a possibilidade do estilo literário de Pimentel ser compreendido dentro das características que atualmente são atribuídas ao Romantismo: em um grande número de suas obras em prosa, há o resgate de um passado purtuguês grandioso e que deixou muitas saudades ao autor quando diz respeito às memórias de sua juventude.
A RELAÇÃO DE AMIZADE ENTRE
ALBERTO PIMENTEL E CAMILO CASTELO BRANCO
Especialmente através de fontes referenciadas ao estudo da literatura portuguesa, Alberto Pimentel é um autor lem-brado em grande parte por sua relação de amizade com o escritor Camilo Castelo Branco. Há de se destacar que Pimentel fora não só o primeiro mas um dos seus principais biógrafos, autor de numerosos estudos camilianos, nos quais destacam-se as biografias: "O romance do romancista: vida de Camilo Castelo Branco” (1890) e “Os amores de Camilo” (1899). Isso rendeu-lhe certo reconhecimento entre os acadêmicos con-temporâneos cujos estudos estão ligados a Camilo Castelo
Branco – figura canonizada como grande representante da literatura portuguesa à épocas destes escritores e autor de romances como Amor de Pedição (1862) e A brazileira de prazins (1882).
Alberto Pimentel como grande estudioso camiliano
"Devemos ainda a Alberto Pimentel, além das obras de recordações pessoais utilíssimas para o estudo do século XIX, alguns volumes sobre Camilo, que são a melhor fonte de dados biográficos do genial escritor. Não convém deixá-los em silêncio ao referir os seus merecimentos literários. Conviveu na sua intimidade doméstica, perscrutou-lhes os recessos da alma infernada de angústias, e escreveu com o resíduo das suas observações o Romance dum romancista - um livro clássico nas estantes camilianas. Bastaria o valor dos seus testemunhos para lhe garantir o interesso dos pósteros”.
FERREIRA, Joaquim. História da literatura portuguesa.
Porto: 4ª edição. Pág. 873.
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