tadia do conteúdo. Também são mencionados e comentados alguns romances escritos por Pimentel, de modo a relacioná-los com os períodos da história portuguesa retratadas em suas páginas. Por fim, Pimentel é mais uma vez mencionado como grande biógrafo camiliano, no entanto, desta vez, comenta-se que apenas os romances pimentelianos já lhe garantem o mérito de ser mencionado nesta história literária. "Devemos ainda a Alberto Pimentel, além das obras de recordações pessoais utilíssimas para o estudo do século XIX, alguns volumes sobre Camilo, que são as melhores fontes de dados biográficos
do genial escritor. Não convém deixá-los em silêncio ao referir os seus merecimentos literários. Conviveu na sua intimidade doméstica, perscrutou-lhe os recessos da alma infernada de angústicas, e escreveu com o resíduo das suas observações o Romance dum romancista - um livro clássico nas estantes camilianas. Bastaria o valor dos seus testemunhos para lhe garantir o interesse dos pósteros. Mas a sua obra romanesca dá-lhes direiro a figurar neste capítulo (LOPES, O. e SARAIVA, A. J., p. 873. 1969).
Obra de Lopes e Saraiva - http://bmcl.cm-camaradelobos.pt
❧ Grande enciclopédia portuguesa e brasileira (Lisboa, RJ: 19--).
Alberto Pimentel é apresentado mais uma vez na figura de homem multiversátil, dedicado de maneira infatigável às suas funções políticas e lite-rárias: "Trabalhador infatigável, ia desempenhando as várias tarefas de fun-cionário público, sem deixar de colaborar os jornais e publicar livros inin-terruptamente" (GRANDE E., p. 664. 1900). Esta grande enciclopédia tam-bém comenta sobre o apego que o escritor mantinha em relação à cidade do Porto - relacionamento muito bem descrito e aprofundado por Rute Faro
(2005) e sua dissertação de mestrado, a qual comentaremos melhor ao longo deste dossiê. Na enciclopédia lusobrasileira, lemos que "trabalhador infatigável, [Pimentel] ia desempenhando as várias tarefas de funcionário público, sem deixar de colaborar os jornais e publicar livros ininterruptamente. O Porto mereceu sempre a Alberto Pimen-tel o mais entranhado carinho, que enternecidamente patenteou em grande número dos seus livros" (GRANDE E., p. 665. 1900). Por fim, comenta-se o isolamento que o autor vivera ao final da vida, o que muito provavelmente explica seu tom marcadamente saudosista em relação à juventude, já mencionado anteriormente: "sócio corres-pondente da Academia das Ciências de Lisboa e dos outros institutos literários de Portugal e do Brasil, viveu os últimos anos da sua vida no isolamento da sua biblioteca, rodeado das suas recordações" (GRANDE E., p. 665. 1900).
"A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira é uma Obra de referência
no panorama editorial Português, originalmente editada entre 1936 e 1960 pela Editorial Enciclopéia Ldª. Lisboa - Rio de Janeiro e posteriormente por Resomnia Editores, é
actualmente editada pela Página Editora, constituída por 70 volumes, actualizada,
com mais de 250.000 entradas, contendo um volume de informação
sem paralelo em edições de língua Portuguesa".
Fonte: portuguesaebrasileira.com
❧ "Manhãs e noites", de Júlio César Macha-do (Lisboa: 1873).
Nesta coletânea de textos escritos por Júlio César Machado, há um breve comentá-rio positivo em relação aos primeiros roman-ces escritos por Pimentel. É interessante ler que o romance é considerado, no século XIX e segundo o autor do comentário ao lado, "o gênero de litteratura mais predilecto à nossa sociedade".
"Manhãs e noites" (1873), p. 138. Trecho fotografado dire-
tamente do livro, não disponível online;