❧ Diccionario Bibliographco Portuguez (Tomo XX), de Innnocencio Francisco da Silva (1858-1972).
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O monumental dicionário bibliográ-fico de Innocencio Francisco da Silva é re-ferência para o estudo dos autores que escreveram em língua portuguesa até a segunda metade do século XIX. Nesta obra, Pimentel é lembrado por sua extensa produção literária. O interessante aqui é a informação de que o autor também era membro de instituições ligadas a estudos historiográficos - o que explica sua mar-cante preocupação quanto a represen-tação fiel da história portuguesa em seus romances. "É longa a sua carreira e extensa a relação de suas obras em separado, principalmente em romances, narrativas e estudos críticos; e não menos digna de nota a sua actividade na collaboração em differentes periódicos litterarios e políticos, assim em prosa como em verso, sem prejudicar o cum-primenro dos seus deveres officiaes. As mais importantes revistas teem obrtido a sua cooperação. É membro da Academia real das sciencias de Lisboa, da Academia real da historia de Madrid e do Instituto historico e geographico brazileiro, bem como de outras corporações nacionaes e estrangeiras" (SILVA, I. F. da., p. 103. 1858 -1972).
Innocêncio e Pimentel mantiveram uma forte relação de amizade, de modo que há no dicionário bibliográfico a seguinte citação de Alberto Pimentel: "Tive sempre com Innocencio as melhores relações de amizade, inalteravel entre nós dois até os ultimos dias da sua atribulada existencia". (SILVA, I. F. da., p. 106. 1858-1972). Tal trecho foi retirado de Vinte Annos de Vida Litteraria (1889), uma das obras autobiográficas redigidas pelo autor. Como resposta, no dicionário bibliográfico, há a resposta de que Innocencio é grato de coração em relação a estas palavras.
Innocencio Francisco da Silva - pt.wikipedia.org
❧ Dicionario de Camilo Castelo Branco, de Alexandre Ca-
bral (1989).
Nesta obra Pimentel é mencionado como um "amigo devotado de Camilo, com quem privou intimamente". Há a in-formação de que Pimentel fora o primeiro dos biógrafos de Camilo Castelo Branco, o que explica o fato de aquele autor ser considerado uma grande referência nos estudos camilianos. Mais uma vez, Pimen-tel é lembrado por sua extensa produção literária, ao ponto desta obra chamá-lo de "escravo das letras". Nela, lemos que "o facto de [Pimentel] ter casado cedo - aos 21 anos - forçou-o, para suportar os en-
Obra de Aleandre Cabral - http://bmcl.cm-camaradelobos.pt
cargos de família, a tornar-se um verdadeiro escravo das letras, colaborando em jornais e escrevendo livros a uma cadência... camiliana". (CABRAL, A., p. 488. 1989) Por fim, esta obra - é claro - não poderia deixar de valorizar Alberto Pimentel enquanto biógrafo de Camilo: "Da bibliografia pimenteliana sobre o Mestre, em que ocupou 37 anos de pesquisas continuadas, merece destaque especial, além de outras obras também meritórias, o "Romance do Romancista" (1890), que tem servido de apoio a muitos estudiosos camilianos". (CABRAL, A., p. 488. 1989).
Novamente, Pimentel é lembrado em sua figura de polígrafo do sécu-lo XIX: "Nasceu em 1845 e morreu em 1925. Em tão longa vida, num esforço que só cessou com a morte, o escritor logrou forjar uma obra variada e meritória. Foi um polígrafo de inspiração calma, multipliando-se numa deze-na de livros que valem pelo portuguesismo da linguaem e pela lhaneza pres-
❧ Historia da literatura portuguesa, de Antonio José Saraiva e Oscar Lopes (1955).