A Linguagem da Vida BE_SM_60_JAN_19 | Page 4

N osso B em E star • Nº 60 • Janeiro 2019 • 4 F uja do E feito S anfona MAIS QUE PREJUÍZOS ESTÉTICOS, EMAGRECER E ENGORDAR NOVAMENTE PODE TRAZER SÉRIOS DANOS À SAÚDE. P or que é que depois de uma die- ta eu acabo engordando tudo de novo? O efeito sanfona acontece como uma resposta a dietas nem sem- pre adequadas. Quando você opta por seguir as die- tas de revista ou aquelas do “ovo”, da “sopa” ou do “chá”, a partir do momen- to em que começa a perder algum peso de maneira significante, seu organismo entra em estado de emergência e come- ça a poupar energia. Com isso, ele vai queimando cada vez menos calorias e desacelerando o metabolismo gradativamente. Então, depois de “terminada a dieta”, o efei- to sanfona aparece aqui: você volta a comer tudo de novo e recupera todo o peso, correndo o risco de engordar mais ainda. Isso acontece porque, como o orga- nismo estava em “modo de economia de energia”, a partir do momento que mais energia (carboidratos, principalmente) começa a ser consumida, ele sai desse es- tado e passa a acumula-la para possíveis situações emergenciais no futuro. STOCKPHOTOSECRETS/BE QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS? Seria muito bom que o efeito sanfona só ti- vesse como consequên- cia a perda e o aumento de peso, mas não é só isso. Com ele, vem: Bagunça metabólica: imagi- ne submeter seu metabolismo à restrição, adapta-lo com pouca coi- sa e, subitamente, encarar o exces- so. Além de não conseguir meta- bolizar tudo o que você come, ele vai poupar seus esforços para guar- dar “pra depois”. Em alguns casos, hormônios como o cortisol, por exemplo, são estimulados a fim de aumentar a fome, para compensar a energia que se quer ganhar de volta. Problemas cardiovasculares: uma pesquisa publicada no New England Journal of Medicine constatou que pessoas que passam por um efei- to sanfona várias vezes estão mais pro- pensas a desenvolver problemas car- diovasculares. 1 2 3 Possível diabe- tes: o efeito san- fona está muito asso- ciado ao desenvolvi- mento da diabetes. Uma vez que depois da dieta res- tritiva exista um maior volume de consumo de carboidratos, a insulina produzida no organismo pode ser insuficiente, favore- cendo a circulação desses “açú- cares” no sangue e predispon- do o indivíduo à diabetes. Enfraquecimento do sistema imunológico: geralmente, as dietas restriti- vas não possuem quantidades nutricionais satisfatórias. Com isso, o sistema imunológico en- fraquece pela falta de estímulo e predispõe o indivíduo ao desen- volvimento de doenças fúngicas (cândida, por exemplo) e virais (gripe, por exemplo). Aumento dos níveis de colesterol: níveis aumenta- dos de colesterol são fator pre- 4 5 disponente para o desenvolvimento de problemas cardiovasculares como arrit- mia ou infarto, por exemplo. Flacidez e estrias: o processo de emagrecer e engordar a curto prazo pode sobrecarregar a pele e resultar em estrias (é o que acontece com as gestan- tes), passíveis de cicatrização apenas após aproximadamente 3 anos. Aumento do estresse: a fome e a restrição calórica podem resultar no estímulo do hormônio do estresse, o cortisol. Quando presente no organismo por longos períodos, é capaz de aumen- tar o risco do desenvolvimento de doen- ças cardíacas, câncer e diabetes. 6 7 COMO PREVENIR? O efeito sanfona é resultado de uso indiscriminado de dietas restritivas sem o devido acompanhamento. O ideal é que o emagrecimento seja um processo lento e gradativo de adaptação e mudança para um estilo de vida novo e mais saudável. Melhore sua alimentação, faça exer- cícios e procure ajuda especializada para conduzir racionalmente o processo de emagrecimento.