A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 90

90 a história das máquinas taxa de crescimento da economia e do setor industrial começou a se reduzir substancialmente em comparação ao período anterior. Nos anos 1960, para poder importar máquinas ou até matéria-prima, o empresário tinha de participar de um leilão de divisas. Era difícil contar com moeda estrangeira e, para importar, era preciso entrar no leilão, pagando aquilo que o devedor de divisa quisesse. Era uma dura disputa entre oferta e procura. Mais oferta, o câmbio caía. Maior procura, o câmbio subia. Para importar, o empresário brasileiro tinha de ser, além de empreendedor, malabarista. Tinha de ir ao Banco do Brasil e entrar com um pedido de, digamos, 500.000 dólares de divisas para poder importar, de acordo com a cotação do dia. Na época, o Brasil exportava café, que estava com o preço deprimido. Esse era o quadro: câmbio complicado, muita necessidade de importação e pouca receita de exportação. A política restritiva terminara se revelando importante, de certa forma, para a maturidade do setor de bens de capital. O final da década de 1960 deixava claro os sinais do “milagre econômico”, com taxas elevadas de crescimento e redução da inflação. O país passou a necessitar de menos divisas cambiais: a indústria começou a fabricar bens no país, reduzindo as exportações e deixando de consumir divisas. Outro fenômeno positivo do período: o Brasil exportava produtos de maior valor agregado. De minério de ferro, passou a exportar aço; de algodão, tecido; e assim por diante. O resultado foi maior equilíbrio na balança, gerando maior entrada de dólares e tendo menos necessidade de obter dólares para importar. Situação que durou até o início da primeira crise do petróleo, em 1974. v