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a história das máquinas
taxa de crescimento da economia e do setor industrial começou a se reduzir substancialmente
em comparação ao período anterior.
Nos anos 1960, para poder importar máquinas ou até matéria-prima, o empresário tinha
de participar de um leilão de divisas. Era difícil contar com moeda estrangeira e, para importar, era preciso entrar no leilão, pagando
aquilo que o devedor de divisa quisesse. Era
uma dura disputa entre oferta e procura. Mais
oferta, o câmbio caía. Maior procura, o câmbio subia.
Para importar, o empresário brasileiro tinha
de ser, além de empreendedor, malabarista.
Tinha de ir ao Banco do Brasil e entrar com
um pedido de, digamos, 500.000 dólares de
divisas para poder importar, de acordo com
a cotação do dia. Na época, o Brasil exportava café, que estava com o preço deprimido.
Esse era o quadro: câmbio complicado, muita
necessidade de importação e pouca receita de
exportação.
A política restritiva terminara se revelando
importante, de certa forma, para a maturidade
do setor de bens de capital. O final da década
de 1960 deixava claro os sinais do “milagre econômico”, com taxas elevadas de crescimento e
redução da inflação. O país passou a necessitar
de menos divisas cambiais: a indústria começou
a fabricar bens no país, reduzindo as exportações e deixando de consumir divisas.
Outro fenômeno positivo do período: o Brasil exportava produtos de maior valor agregado. De minério de ferro, passou a exportar
aço; de algodão, tecido; e assim por diante. O
resultado foi maior equilíbrio na balança, gerando maior entrada de dólares e tendo menos
necessidade de obter dólares para importar. Situação que durou até o início da primeira crise
do petróleo, em 1974.
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