do plano de metas , ao plano real
A euforia dos anos de JK deu lugar, nos anos
1960, a um quadro mais agitado e incerto no
Brasil. O analfabetismo crônico, o serviço público atrasado e burocrático, o despreparo técnico e
científico e alguns resquícios escravocratas condenavam o país a viver em duas velocidades diferentes: o desenvolvimento e o atraso. Coube ao
diplomata e economista Roberto Campos tentar
orquestrar a modernização produtiva do país.
Seu Plano de Ação Econômica do Governo
(PAEG) visava acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico, conter o processo inflacionário, atenuar os desequilíbrios setoriais e
regionais, aumentar o investimento e o emprego e corrigir a tendência ao desequilíbrio nas
contas externas.
O controle inflacionário era visto como precondição para a retomada do desenvolvimento,
e o combate à inflação só poderia ser feito acoplado às reformas institucionais. O PAEG reformou o sistema financeiro, estancou a emissão
de moedas, garantiu a poupança com a correção
monetária. Foi criado um Banco Central, para
regulamentar e conduzir a estabilidade, abriuse caminho para os trabalhadores ingressassem
no mercado de capitais por meio do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
No entanto, se por um lado a inflação estava
administrada, por outro o Paeg não contribuía para o crescimento do país. Sob o argumento de promover o saneamento básico, o
plano utilizou medidas restritivas. Resultado: a
3
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Trepidante
década de 1960
O diplomata e economista Roberto
Campos criou o Plano de Ação Econômica
do Governo (PAEG), buscando coordenar
a modernização produtiva do país