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a história das máquinas
Kubitscheck desfila em Romi-Isetta na chegada da Caravana de
Integração Nacional a Brasília
um contrato. Uma grande preocupação do governo era trazer para o país empresas detentoras
de tecnologia para fabricar os produtos aqui.
Nessas condições, a indústria automobilística causa uma revolução em
cadeia. Passa a movimentar,
com enorme intensidade,
certos setores, principalmente de máquinas-ferramenta, plásticos, couro e
material elétrico, além de
outros que demandassem
equipamentos de fundição,
tratamento térmico, pintura
e movimentação de materiais, como o setor de autopeças.
Nos anos 1960, o Brasil
continua apontando os rumos para a indústria. É nesse período que o Ministério
da Indústria e Comércio
inicia os planos gradativos de industrialização
de máquinas e equipamentos, que estabeleciam
regras para aprovação de projetos individuais
das empresas. O objetivo era incentivar a fabricação de novos tipos de máquinas e, dessa
forma, substituir as importadas. Tudo era programado e devidamente acompanhado pelo
setor interessado. A empresa apresentava ao
governo um projeto de substituição de equipamentos da fábrica por um produto importado,
com isenção de impostos. Se o projeto fosse
aprovado, o empresário ia até a Abimaq e pedia
um atestado de que a máquina a ser importada não tinha similar nacional, era a Análise de
Similaridade Nacional. A Abimaq então consultava os associados, o cadastro de fabricantes
e liberava, ou não, a proposta.
Foi assim que ganhou corpo no Brasil a fabricação de produtos como automóveis, tratores, navios, máquinas de alta potência, bens de
capital mecânicos e elétricos em geral, todos,
claro, acompanhados de avanços na elaboração
de bens de consumo.
O crescimento regional também é contemplado no período. No final dos anos 1950, uma
iniciativa importante para a indústria brasileira
foi a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). A estratégia
também fazia parte da política desenvolvimentista do presidente Juscelino Kubitschek e do
Plano de Metas.
Numa região marcada pela exclusão social,
a função da Sudene era gerar desenvolvimento e criar empregos principalmente por meio
de indústrias. Incentivadas pela Sudene, duas
empresas do setor de máquinas e equipamentos
construíram plantas na região: a Romi e a Máquinas Piratininga.