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a história das máquinas
A heróica saga de
Delmiro Gouveia
O empreendedor alagoano Delmiro Gouveia, um
visionário de origem pobre, criou a Hidrelétrica
Paulo Afonso (abaixo e pág. seguinte) no Rio São
Francisco e a Companhia Agro Fabril Mercantil,
rivalizando os ingleses da Machine Cottons
É quando, longe da já efervescente São Paulo, um explosivo nome eclode no cenário industrial: Delmiro Gouveia, o alagoano pobre
que um dia simplesmente ajudou a quebrar o
monopólio inglês da linha de coser e deflagrou a geração de energia no Nordeste do país.
Analfabeto e sem dinheiro, começou a vida
como bilheteiro na estação ferroviária de Olinda. Intuitivo e valente, logo estava trabalhando
com comércio na minúscula cidade de Água
Branca, no sertão alagoano.
Era o tipo do visionário eficiente. Já em 1899
era dono, no Recife, do Mercado do Derby, uma
espécie de shopping center onde se encontrava
de tudo. Único estabelecimento da capital com
energia elétrica, vendia produtos pela metade do
preço e funcionava 24 horas por dia. O complexo
incluía ainda hotel, parque de diversões e restaurante. A maior preocupação do alagoano era
provar que o Nordeste tinha, sim, grande potencial para a indústria. Só faltava uma grande
hidrelétrica, e Delmiro, como era de seu feito,