A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 57

o br asil e as máquinas, Do império à er a vargas Um censo de 1907 sobre a atividade industrial no Brasil contabiliza cerca de 3.200 empresas, 60% do setor têxtil. O segmento, aliás, fora muito favorecido pelo crescimento de nossa cultura do algodão em razão da Guerra de Secessão dos Estados Unidos. Grande produtor e exportador, os Estados Unidos foram obrigados a desenvolver outras culturas para alimentar soldados e civis durante o conflito. Sorte à brasileira. Um ano depois do censo nascia uma empresa importante para o setor de máquinas, a Indústria Nardini, de Domingos Nardini, um pioneiro no Brasil na fabricação de máquinas e equipamentos agrícolas. Em 1912, a indústria desse imigrante italiano já fabricava arados, semeadeiras, foices, machados, troles, charretes e carroções próprios para uso no campo. Mas o grande feito da empresa foi a adaptação do arado americano às condições do solo A Oficina do Imigrante Italiano Antonio Bardella produzia granada de mão para os revolucionários brasileiros brasileiro. O arado americano quebrava com facilidade e não tinha aderência à terra. Depois de muitas pesquisas, Nardini desenvolveu um tratamento de têmpera que tornava a lâmina mais resistente a nossas condições. Outros empreendedores foram surgindo. Por vias às vezes curiosas. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, um ferreiro da Barra Funda, Antônio Bardella, imigrante italiano como Nardini, começou a produzir granadas de mão para as forças revolucionárias. Bardella fez história: sua oficina chegou a fundir 3.000 granadas por dia. Passado o conflito, a empresa se voltou para a indústria de máquinas, investiu em inovações tecnológicas e projetos audaciosos. Chegou a construir uma ponte rolante de 20 toneladas. 2 57 Nardini, Bardella e outros pioneiros