o br asil e as máquinas, Do império à er a vargas
Um censo de 1907 sobre a atividade industrial
no Brasil contabiliza cerca de 3.200 empresas,
60% do setor têxtil. O segmento, aliás, fora muito favorecido pelo crescimento de nossa cultura
do algodão em razão da Guerra de Secessão dos
Estados Unidos. Grande produtor e exportador,
os Estados Unidos foram obrigados a desenvolver outras culturas para alimentar soldados e civis durante o conflito. Sorte à brasileira.
Um ano depois do censo nascia uma empresa importante para o setor de máquinas, a
Indústria Nardini, de Domingos Nardini, um
pioneiro no Brasil na fabricação de máquinas e
equipamentos agrícolas. Em 1912, a indústria
desse imigrante italiano já fabricava arados, semeadeiras, foices, machados, troles, charretes e
carroções próprios para uso no campo.
Mas o grande feito da empresa foi a adaptação do arado americano às condições do solo
A Oficina do Imigrante Italiano Antonio
Bardella produzia granada de mão para
os revolucionários brasileiros
brasileiro. O arado americano quebrava com
facilidade e não tinha aderência à terra. Depois
de muitas pesquisas, Nardini desenvolveu um
tratamento de têmpera que tornava a lâmina
mais resistente a nossas condições.
Outros empreendedores foram surgindo.
Por vias às vezes curiosas. Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, um ferreiro
da Barra Funda, Antônio Bardella, imigrante
italiano como Nardini, começou a produzir
granadas de mão para as forças revolucionárias. Bardella fez história: sua oficina chegou a
fundir 3.000 granadas por dia. Passado o conflito, a empresa se voltou para a indústria de
máquinas, investiu em inovações tecnológicas e projetos audaciosos. Chegou a construir
uma ponte rolante de 20 toneladas.
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Nardini,
Bardella
e outros
pioneiros