A Formação dos Estados Unidos e.g. Jun. 2014 | Page 6

Formação das Treze colônias

E suas diferenças em termos sociais e econômicos

A chegada ao território que hoje é Massachusetts não foi fácil e marcou o início da ocupação regular da América do Norte. O navio aportou mais ao norte do que se imaginava devido a uma tempestade. O clima era frio e o mar congelava. O inverno na região era mais rigoroso do que o inglês. Novos núcleos de ocupação foram fundados no litoral atlântico até se formarem, em meados do século XVIII, as Treze colônias. Associavam as motivações religiosas e os interesses comerciais.As treze colônias eram: Massachusetts,Nova Hampshine,Nova York, Rhode Island,Connecticut, Pensilvânia, Nova Jersey, Delaware, Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia.

As colônias inglesas da América do Norte eram bem diferentes da maioria das colônias existentes no mundo. Apesar de estarem divididas, de um modo geral, tinham certa autonomia em relação a metrópole.

As colônias do Norte da costa atlântica apresentam o clima temperado, semelhante ao europeu. Dificilmente essa área poderia oferecer algum produto de que a Inglaterra necessitasse. Eram típicas de povoamento, utilizando mão-de-obra livre, economia baseada no comércio, já que não havia nenhum interesse da coroa inglesa em explorar tal região. Com isso, qualquer produto cultivado naquele local também poderia ser cultivado e produzido na Inglaterra.

Essa questão climática favoreceu o surgimento, único no universo colonial das Américas, de um núcleo colonial voltado à policultura, ao mercado interno e não totalmente condicionado aos interesses metropolitanos. A agricultura das colônias setentrionais destacava o consumo interno, com produtos como o milho. O trabalho familiar, em pequenas propriedades, foi dominante. Surgira uma próspera produção de navios, favorecida pela abundância de madeira do Novo Mundo, na qual saem grandes quantidades de navios que seriam usados no chamado comércio triangular.

O comércio triangular pode ser descrito, simplificadamente, como a compra de cana e melado das Antilhas, que seriam transformados em rum. A bebida obtinha fáceis mercados na África, para onde era levada por navios da Nova Inglaterra e trocada, usualmente, por escravos. Esses escravos eram levados para serem vendidos nas fazendas das Antilhas ou nas colônias do sul. Após a venda, os navios voltavam para a Nova Inglaterra com mais melado e cana para a produção de rum. Era uma atividade altamente lucrativa, entre outros motivos por garantir que o navio sempre estivesse carregado de produtos para vender em outro lugar.

O comércio triangular também poderia envolver a Europa, para onde os navios levavam açúcar das Antilhas, voltando com os porões repletos de produtos manufaturados. Estabeleciam-se assim sólidas relações comerciais embasadas na próspera indústria naval das colônias da Nova Inglaterra. O comércio triangular é muito diferente da maioria dos procedimentos comerciais do resto da América. Apesar de as leis estabelecerem limites, os comerciantes das colônias agiam com grande liberdade e seguiam mais a lei da oferta e da procura do que as leis do Parlamento de Londres. Na prática, estabeleceram um sistema de liberdade muito grande e intocado pela repressão inglesa até, pelo menos, 1764.

Outra atividade desenvolvida foi a pesca. Próxima a um dos maiores bancos pesqueiros do mundo (Terra Nova), as colônias da Nova Inglaterra exploraram largamente a atividade pesqueira. A venda de peles também foi importante na economia dessas colônias.

COLÔNIAS DO SUL

As colônias do Sul, em contraponto, abrigaram uma economia diferente. Seu solo e clima eram mais propícios para uma colonização voltada aos interesses europeus, baseado no sistema de plantation. O produto que a economia sulina destacou desde cedo foi o tabaco. A planta implicou permanente expansão agrícola por ser exigente, esgotando rapidamente o solo e obrigando a novas áreas de cultivo. O fumo tomou-se um produto fundamental no Sul. A falta de braços para o tabaco em pouco tempo impôs o uso do escravo. Esse trabalho escravo cresceu lentamente, posto que, como vimos, a mão- de-obra branca servil era muito forte no século XVII. A sociedade sulina que acompanha essa economia é marcada por uma grande desigualdade.

Com essa economia essencialmente agrária e mais voltada ao mercado externo, as colônias do Sul resistirão mais à idéia de independência. Últimas colônias conquistadas pela Inglaterra, predominaram nelas as pequenas propriedades e, a exemplo do Norte, desenvolveram atividades manufatureiras.

Assim, podemos identificar com clareza duas áreas bastante distintas na América Ingles. As colônias do Norte, com predominância da pequena propriedade, do trabalho livre, de atividades manufatureiras e com um mercado interno relativamente desenvolvido, realizando o comércio triangular. As colônias do Sul com o predomínio do latifúndio, voltado quase que inteiramente à exportação, ao trabalho servil e escravo e pouco desenvolvidas quanto às manufaturas, muito semelhante à América Ibérica. Essas diferenças serão fundamentais tanto no momento da Independência quanto no da Guerra Civil americana.

Na região mais ao norte, situavam- se as colônias de Massachusetts, New Hampshire, Rhode Island, Connecticut.

No centro, encontravam-se Nova York, Pensilvânia, Nova Jersey e Delaware e mais ao sul, Virginia, Maiyland, Geórgia, Carolina do Norte e Carolina do Sul.