A Capitolina 1, janeiro 2014 | Page 19

livro de John Green fugiu de quase todos os “padrões” que eu achava que teria. Exceto, pelo fato de ser um livro pelas mãos de um excelente escritor norte-americano. Hazel Grace – “só Hazel”, em toda a sua juventude, é uma paciente diagnosticada com câncer na tireoide em estágio avançado aos 13 anos e seu quadro inclui metástase nos pulmões. Ela passou por uma cirurgia, radioterapia e então quimioterapia, mas não conseguiu resultados satisfatórios. Contrariando as expectativas iniciais dos médicos, aos 14 anos, devido a um remédio experimental, seus tumores nos pulmões diminuíram e desde então ela vive com doses diárias desse medicamento, o falanxifor, tanques de oxigênio, uma espécie de carrinho com rodas e cânulas no nariz. E por isso, tem medo de ser considerada uma granada, podendo explodir a qualquer momento, deixando sua família e amigos. O fato verdadeiro é que ela não consegue perceber, que um dia, realmente todos se vão, e que alguns infinitos são maiores que os outros.

Augustus Waters era alguém que já sabia disso. Jovem, inteligente e bonito, gostaria de ser lembrado mesmo depois de sua morte. Gus – como era conhecido por todos -, tem 17 anos, é alto, magro, mas musculoso, atraente e tem um sorriso fácil. Ele tem olhos azuis intensos e cabelo acaju, liso e curto. Ele vive em Indianópolis no estado de Indiana e é inteligente, gosta de vídeo games, livros e música e é um grande amante das metáforas. Ele está em remissão há mais de um ano de um osteossarcoma, câncer que afeta os ossos, – Ele agora é um SEC, sigla para “sem evidência de câncer”. – e que o levou a amputar a perna direita, fazendo-o usar uma prótese no lugar. Os dois acabam se encontrando em uma das reuniões de Grupo de Apoio para crianças com câncer e desde então, começam a se tornar melhores amigos – ou se apaixonar.

Até ai tudo bem. Eles viajam, vivem histórias

inesquecíveis. E quando tudo parece estar bem, o autor, John Green, te faz criar expectativas que

acabam por não acontecer, mas sim, tudo o que você não esperava, simplesmente acontece. Não que seja um final triste, mas eles vivem para mostrar que seus infinitos foram suficientes para que estivessem sempre na memória das pessoas.

John sabe como colocar as vírgulas nos seus devidos lugares, fazendo com que o leitor chore e sinta as emoções tentando compreender o final. Digo isso por experiência própria, pois não consegui dormir, sem realmente descobrir o que aguardava no próximo virar de páginas.

No final acabei com algumas perguntas que me fez entender que esse era o sentido da coisa toda: John Green queria mesmo que as pessoas tivessem uma visão de que mudar o mundo só parece ser algo cada vez mais impossível, depois que se percebe que a culpa é toda das estrelas.

O

A Culpa é das Estrelas

Geissiane Aguiar

Resenhando 18

GREEN, John. "A Culpa é das Estrelas". Intrínseca. 2012. Tradução de Renata Pettengill. 288 páginas.