Rosa Luxemburg. Esta última se inseria na 2ª Internacional de
forma crítica e debateu com Kautsky e Bernstein, que eram fron-
talmente contra a Revolução (como Plekhanov, na Rússia).
Em seu livro A Revolução Russa, capítulo II, ela narra estas
dissensões. A formulação de Kautsky era a mesma de Plekhanov:
a Rússia não estava madura para a revolução e tinha que se
manter no limite da derrubada do czarismo.
Porém, o mais interessante, e é por isso que este texto é citado
aqui, é que Rosa acusa o proletariado alemão de estar desprepa-
rado para ajudar à Revolução Russa, exatamente por causa,
segundo ela, das hesitações de Kautsky.
Lenin atacava os socialdemocratas da II Internacional, pelo
fato de terem apoiado a 1ª guerra, mas Kautsky foi pacifista, tendo
inclusive fundado uma dissidência.
Diz Rosa:
Praticamente, esta doutrina tende a recusar a responsabilidade
do proletariado internacional – o proletariado alemão em primeiro
lugar – pela sorte da Revolução Russa e a negar as interferências
internacionais desta revolução. A guerra e a Revolução Russa
demonstraram não a imaturidade da Rússia, mas a imaturidade
do proletariado alemão para cumprir sua missão histórica.
Ressaltar este fato com toda a nitidez é a primeira tarefa de uma
análise crítica da Revolução Russa. Os destinos da revolução na
Rússia dependiam integralmente dos acontecimentos internacio-
nais. Contando com a revolução mundial do proletariado, os
bolcheviques deram precisamente a prova mais brilhante da sua
perspicácia política, da sua fidelidade aos princípios, da audácia
da sua política. Aí torna-se visível o imenso salto dado pelo
desenvolvimento capitalista nos últimos dez anos. A revolução de
1905-1907 encontrou apenas um fraco eco na Europa.
O outro exemplo nos serve para mostrar as sinuosidades de
comportamento da média dos militantes comunistas do século 20
(inclusive do autor deste artigo): Lukács.
Qual foi a posição deste nos debates citados antes sobre a
continuidade da revolução? De um lado, aqueles que considera-
vam a “Revolução” um mero golpe dado por uma minoria e, de
outro, os que pensavam como Lenin, para quem a plataforma da
Revolução – Terra, saída da guerra (Paz), Pão, Liberdade – eram
exigências das massas que os bolcheviques souberam identificar
e foram os únicos a prometer e cumprir. Foi esta mediação polí-
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Ernesto Caxeiro