Ênfase Cristã Entrevista com o Missionário Carlos Heron | Page 8
vitória quando conseguimos conversar com
eles e eles entendem e respondem sem dizer
nenhuma vez “degguma ko” (não entendi).
Mesmo quando estou no Brasil, não deixo de
estudar a língua, revisando a gramática e
ouvindo rádios e assistindo vídeo em Wolof.
No meu ponto de vista, só podemos dizer que
falamos uma língua quando conseguimos
dizer qualquer coisa que queremos nessa língua, isto é, expressar qualquer pensamento e
se fazer completamente entendido. Se não conseguirmos isto, nós apenas nos comunicamos
na língua, mas não podemos dizer que já falamos a língua. Dessa forma, eu falo português,
mas apenas me comunico em inglês e Wolof.
seja manifestada. Em cada equipamento comprado, em cada igreja que se juntava a nós
como parceira, a mão de Deus era claramente
percebida. Para a compra da caminhoneta que
está sendo usada no trabalho missionário, por
exemplo, um irmão ofertou um terço do valor
do veículo, algo em torno de R$ 25.000,00. E
assim, no tempo de Deus, chegamos ao campo
missionário. Hudson Taylor disse certa vez que
a obra de Deus, feita do jeito de Deus, nunca
deixará de ter o sustento de Deus. Creio que ele
estava certíssimo e temos comprovado isso em
nossas vidas.
Questão 4 – Como você desempenha sua
pro ssão de dentista e também evangeliza o Povo Wolof?
O consultório é uma ferramenta, um abridor
de portas. Durante o tratamento odontológico
não é viável a abordagem para o evangelismo
devido o contexto muçulmano em que trabalhamos. Mas, é através do consultório que
desenvolvemos relacionamentos e demonstramos o amor de Deus através de atitudes para
com o povo. Se perguntado o porquê de estarmos ali, aí sim, falamos mais abertamente
sobre a necessidade de todas as pessoas conhecerem a vontade de Deus para elas, através de
Jesus Cristo. No entanto, o evangelismo em si
acontece nas visitas às casas.
Questão 7 – Como a igreja brasileira pode
participar da obra missionária na África?
Fale sobre as necessidades daquele povo e
o que você vê que poderia ser feito.
Da mesma forma que pode e deve participar da
obra missionária em qualquer lugar do mundo:
orando, sustentando e enviando missionários.
Isto exigiria um foco maior na responsabilidade missionária de cada indivíduo dentro da
própria igreja e não tratar Missões como uma
questão opcional, que investimos quando
sobra ou quando convém investir. Temos visto
igrejas construindo belos templos, climatizados e espaçosos (não estou criticando e nem
discordando), o que quero dizer é que quando
focamos em algo que realmente nos interessa
vamos até o m, corremos atrás e fazemos
acontecer. Templos carão e investimos para
nós mesmos, mas o investimento em Missões
é de valor eterno, é um investimento para o
Reino. Então, cabe a pergunta e deixarei a resposta com os leitores: Porque temos tanta di culdade em desenvolvermos projetos missionários? Em sustentar missionários? Em
aumentarmos o valor do sustento de missionários? Será que temos focado a nossa vida, realmente, na proclamação do Evangelho, aqui e
até os con ns da terra? Recentemente soube
de igrejas que guardam dinheiro em caixa, mas
o investimento em Missões é mínimo. Quando
Jesus vier buscar a Sua Igreja este dinheiro será
“bem utilizado” pelos que não forem arrebatados. Temos missionários levantando sustento
com muita di culdade devido a lentidão das
igrejas em responder. Tendo em vista, que muitos irmãos gastam mais com pizza e Coca-cola
do que com Missões. Como podemos crer que
Missões é realmente levada a sério por muitos?
Questão 5 – Quais os principais desa os
que tem encontrado para a evangelização
do Povo Wolof na África?
A religião deles é sempre uma barreira a ser
vencida, pois, tem um conceito de Deus, de
criação, de pecado e salvação diferentes do
nosso e, para eles, estas são “verdades” ensinadas a séculos. Mas, a maior di culdade é o
aprendizado da língua. Não basta aprender o
su ciente para conversar com eles coisas do
dia a dia. Faz-se necessário o conhecimento do
sentido e o contexto das palavras para que possamos aplicar corretamente o texto bíblico.
Questão 6 – Como foi o desa o de aprender o Wolof?
Acho melhor colocar esta pergunta no tempo
presente: Como está sendo o desa o de aprender o Wolof? Porque não acabou ainda e creio
que nunca acabará. É um exercício diário.
Quando se pensa que se disse a frase corretamente, há sempre uma correção na estrutura
gramatical ou na pronúncia. É sempre uma
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