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Edição Festival das Nações

Sabe-se que mesmo após o fim do regime denominado apartheid a discriminação racial na África do Sul ainda é visível, ainda vemos resquícios dela de forma subentendida principalmente no que se refere às áreas de emprego e moradia. As marcas do antigo regime aparecem nos índices de violência urbana e nas dificuldades de acesso da maioria negra às riquezas do país.

Houve um tempo em que costumava sentir esperança sobre o futuro da África do Sul quando se lia suas notícias, por exemplo o "fim" do apartheid em 1994 que foi associada a instalação de instituições democráticas e que se fez prever que seria possível sair de um sistema de exclusão e desigualdade para implantar outro de inclusão e igualdade. A economia em algum momento apresentou respeitável crescimento, mas esse florescimento acabou. Ano passado, foi registrado um aumento dos confrontos entre mineiros e polícia e de greves que lembraram as violentas lutas da era do apartheid, para alguns, o incidente representou uma danificação do "grande acordo" entre o Partido Nacionalista (predominantemente branco) e os movimentos de libertação (predominantemente negros), demonstrando ainda resquícios do apartheid.

Na época do regime, um casal multirracial por exemplo seria ilegal, eles seriam sujeitos a prisão ou multa, pois antigamente existia a Lei da Imoralidade que proibia relações afetivas entre pessoas de diferentes raças. Por sorte com o fim do regime separatista, essas leis foram extintas e hoje na África do Sul existe uma Constituição que é considerada no mundo uma das mais modernas, porém os resquícios do apartheid ainda são claros, apesar da Constituição, dos novos tempos e do esforço da sociedade e do governo para incluir seu povo e criar a Nação Arco-Íris sonhada por Nelson Mandela, grande parte da população de sul-africanos continua vivendo separada por grupos raciais, trazendo a tona que "O país conseguiu derrubar as barreiras legais que separavam brancos e negros, mas não a barreira social."

Logo concluímos que ainda existem cicatrizes do apartheid e que ele de uma forma implícita infelizmente ainda está presente no dia a dia do povo sul-africano, esses acontecimentos acabam fazendo com que o povo perca as esperanças de que algum dia a igualdade possa ser imposta na África do Sul, realizando o sonho de Nelson Mandela.

Por Marcela Perboni

04\4

África do Sul

Resquícios do Apartheid