À beira do precipício pd51 | Page 76

Os desafios do desenvolvimento e da sustentabilidade George Gurgel de Oliveira A dinâmica das relações entre a sociedade e a natureza muda qualitativamente a partir da revolução industrial. As máquinas incorporadas aos processos produtivos modi- ficam exponencialmente a escala de produção e o consumo, colo- cando-se objetivamente a necessidade de ampliação dos merca- dos, além do Estado nacional. Desencadeou-se um processo de mundialização das relações políticas, econômicas e sociais, transformando o modelo de ser e agir da humanidade nas suas relações entre si e com a própria natureza, impactando na história, como nunca antes, os ecossis- temas e a biodiversidade do planeta, colocando em risco a sobre- vivência da própria humanidade. Desde então, construiu-se uma lógica de produção e consumo que histórica e atualmente mostrou-se insustentável. Coloca-se a necessidade de construir uma outra perspectiva de desenvolvi- mento, ampliando as formas e os conteúdos da democracia, a partir de novas relações políticas, econômicas e sociais. Continua moderno e contemporâneo o desafio de melhor reali- zar a distribuição da riqueza material produzida pelos que traba- lham, incorporando os ganhos proporcionados pela C&T&I, a favor do bem-estar e da felicidade humana, mantendo e valorizando a diversidade cultural e espiritual, afirmando os direitos e deveres individuais e coletivos, preservando os ecossistemas planetários. Estas questões estruturais devem ser enfrentadas para a cons- trução desta outra perspectiva de desenvolvimento e de sustentabi- lidade, necessárias para a sobrevivência de toda a humanidade. Vamos fazer esta travessia? Ou queremos nos autodestruir, destruindo os ecossistemas do planeta, com o atual modelo de desenvolvimento, responsável pela destruição da vida, da própria humanidade, tanto nos períodos de guerras quanto nos de paz, excluindo bilhões de pessoas das conquistas sociais modernas? Quantos planetas serão destruídos com o complexo industrial militar existente? O domínio da energia nuclear e a construção de 74