Somado o elemento construção, subsetor da indústria, com o
elemento atividades imobiliárias, subsetor dos serviços, tem-se
cerca de 15% do PIB brasileiro sendo formado por atividades
vinculadas a ambos. (CBIC, 2018).
Dentre os diversos ramos da atividade econômica, a Constru-
ção é um dos que mais sofreram as consequências da longa reces-
são enfrentada pelo Brasil, ao tempo que o PIB apresenta uma
sequência de decréscimos desde 2015, com a redução acumulada
em 2015 e 2016 tendo ultrapassado os 7,2%. Apenas no ano de
2015 o decréscimo da construção foi de 9%, com a série recessiva
iniciada já em 2014. Entre 2014 e 2017, a construção civil apre-
sentou uma queda real de 20,15%. (IBGE, 2018).
Ao cenário recessivo deve-se incluir as estatísticas do déficit
habitacional do país. Em 2015, o Brasil apresentou um déficit de
6.186.503 residências, das quais 3.189.059 estavam relacionadas
com o ônus excessivo da ocupação em relação a renda familiar do
morador; 924.812 eram moradias precárias; 1.757.816 coabitação;
e, 314.816 adensamentos. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2016).
No segundo semestre de 2018, o setor passou a apresentar
sinais de melhora, o número de lançamentos cresceu cerca de
120% se comparado com o primeiro trimestre, e 20% se compa-
rado ao mesmo período de 2017. O volume de vendas cresceu
17,3% em relação ao primeiro trimestre de 2018 e 32% em relação
ao mesmo período de 2017. (CBIC, 2018b).
Apesar desses dados, em junho de 2018 a indústria operava
com menos de 60% de sua capacidade, com o Índice de Evolução
do Nível de Atividade ainda indicando expectativa negativa (CNI,
2018). Dentre alguns dos fatores que contribuíram para esse
resultado estava, em ordem decrescente de importância: carga
tributária; demanda insuficiente; falta de capital de giro; burocra-
cia excessiva; inadimplência dos clientes; taxa de juros elevada;
falta de financiamento de longo prazo; insegurança jurídica.
Nesse cenário, a intenção de investir do empresariado segue
baixa, com a confiança do empresariado do setor, medido pelo
Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da CNI em
apenas 48,9 pontos, frente a média histórica de 52,9.
Como elemento ilustrativo, considerado constante a tecnologia
emprega no setor, uma melhoria na capacidade ociosa da indús-
tria para 80% implicaria na criação de aproximadamente
Crise e reconstrução: a construção civil e a retomada do crescimento
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