À beira do precipício pd51 | Page 67

Somado o elemento construção, subsetor da indústria, com o elemento atividades imobiliárias, subsetor dos serviços, tem-se cerca de 15% do PIB brasileiro sendo formado por atividades vinculadas a ambos. (CBIC, 2018). Dentre os diversos ramos da atividade econômica, a Constru- ção é um dos que mais sofreram as consequências da longa reces- são enfrentada pelo Brasil, ao tempo que o PIB apresenta uma sequência de decréscimos desde 2015, com a redução acumulada em 2015 e 2016 tendo ultrapassado os 7,2%. Apenas no ano de 2015 o decréscimo da construção foi de 9%, com a série recessiva iniciada já em 2014. Entre 2014 e 2017, a construção civil apre- sentou uma queda real de 20,15%. (IBGE, 2018). Ao cenário recessivo deve-se incluir as estatísticas do déficit habitacional do país. Em 2015, o Brasil apresentou um déficit de 6.186.503 residências, das quais 3.189.059 estavam relacionadas com o ônus excessivo da ocupação em relação a renda familiar do morador; 924.812 eram moradias precárias; 1.757.816 coabitação; e, 314.816 adensamentos. (FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO, 2016). No segundo semestre de 2018, o setor passou a apresentar sinais de melhora, o número de lançamentos cresceu cerca de 120% se comparado com o primeiro trimestre, e 20% se compa- rado ao mesmo período de 2017. O volume de vendas cresceu 17,3% em relação ao primeiro trimestre de 2018 e 32% em relação ao mesmo período de 2017. (CBIC, 2018b). Apesar desses dados, em junho de 2018 a indústria operava com menos de 60% de sua capacidade, com o Índice de Evolução do Nível de Atividade ainda indicando expectativa negativa (CNI, 2018). Dentre alguns dos fatores que contribuíram para esse resultado estava, em ordem decrescente de importância: carga tributária; demanda insuficiente; falta de capital de giro; burocra- cia excessiva; inadimplência dos clientes; taxa de juros elevada; falta de financiamento de longo prazo; insegurança jurídica. Nesse cenário, a intenção de investir do empresariado segue baixa, com a confiança do empresariado do setor, medido pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da CNI em apenas 48,9 pontos, frente a média histórica de 52,9. Como elemento ilustrativo, considerado constante a tecnologia emprega no setor, uma melhoria na capacidade ociosa da indús- tria para 80% implicaria na criação de aproximadamente Crise e reconstrução: a construção civil e a retomada do crescimento 65