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{alfarrábios}
A ÁRVORE { POESIA } | J ÚLIA L OPES DE A LMEIDA {RJ, 1862-1934}
A LIÇÃO DA ÁRVORE
Vida, que a vida serves e alimentas,
Graminea débil, melindroso arbusto,
Folhagens., franças, frondes opulentas,
Esguio caule, tronco alto e robusto;
Frutos e flores — pábulo e beleza;
Grão que dá vida e a vida perpetua,
Que enche de vida toda a Natureza
Se cai no sulco aberto da charrua;
Semente que germina, estala e engrossa,
Cresce e, tronco, frondeja e toma vulto,
Árvore, amiga do homem, que ele possa
Fazer do teu amor um vasto culto;
Que aprenda, á luz do Sol que te redoura
A ramaria verde e o tronco bruto,
Que és Bondade — na sombra abrigadora,
E Generosidade, no teu fruto.
Árvore! que o homem te ame sempre e veja,
Enternecido, em teu aspecto rude,
Que nada, amiga, fazes que não seja
Exemplo de moral e de virtude!
C OM A FONSO L OPES DE A LMEIDA | L IVRARIA F RANCISCO A LVES | 1916 | D ISPONÍVEL EM : HTTPS :// DIGITAL . BBM . USP . BR
A A MAZÔNIA : ASPECTOS ECONÔMICOS { ENSAIOS } | J OSÉ V ERÍSSIMO {1857-1916}
II
Se no conhecidíssimo dizer de Heródoto é o
Egito um dom do Nilo, a Amazônia, pode-se
também asseverar, é um dom do Amazonas.
Singularmente errado se me afigura o conceito
do Sr. Sylvio Romero, em a sua História da
Literatura Brasileira de que o grande rio seja
antes um estorvo que um elemento favorável
àquela região. O contrário é a indiscutível
verdade.
Sem o Amazonas, e, portanto, sem a vasta e
única rede hidrográfica cujo centro é essa região
de mais de três milhões de quilômetros
quadrados, seria um Saara, ou, antes, um
Atacama. {...} (p. 13)
B IBLIOTHECA DO J ORNAL DO B RAZIL | 1892 | D ISPONÍVEL EM : HTTPS :// DIGITAL . BBM . USP . BR
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