Vida de Restaurante 2ª edição Gastronomia e Arquitetura | Page 26
VR: Como vê o segmento de gastronomia?
Guilherme Afif Domingos: O segmento de restaurantes tem sido
uma das atividades mais procurados por quem quer empreender.
Só que hoje para sobreviver nesse meio é necessário profissiona-
lismo, capacidade de gestão. Não basta só talento na cozinha.
Isto está acontecimento muito nas startups, em que não basta
apenas uma ideia genial. Portanto a capacitação deste empre-
endedor, precisa colocar os pés no chão. Detalhes podem fazer
a diferença, como não misturar finanças pessoais com as do em-
preendimento. Se preparar para burocracia, que não é pequena e
para trabalhos com produtos perecíveis.
Temos procurado proteger este pequeno empresário através da
lei, que obriga a visita orientadora dos fiscais. A primeira visita
tem a função de orientar. É uma espécie de capa protetora para o
empreendedor.
VR: A questão tributária é um entrave?
Afif: A grande maioria dos bares e restaurantes está no regime
do simples, que terá boas novidades para janeiro de 2018, quan-
do teremos o projeto Crescer Sem Medo. Atualmente a mudança
de faixa de faturamento, traz um tranco tributário para o em-
presário. Então, substituímos os degraus dessa subida, por uma
rampa mais suave. Reduzimos de 20 faixas para apenas seis, dan-
do assim um espaço maior para essa mudança. E quando mudar,
o empresário só pagará pela diferença.
Com isso, o empresário poderá planejar seu negócio, porque as
vezes na fobia em não mudar de faixa ele fica contido em seu
crescimento. Ou, pior, fica tentado a não registrar vendas. É im-
portante lembrar que 90% das vendas são feitas por cartão de
débito ou de crédito. Ou seja, a coisa mais fácil para a Receita é
cruzar volume de cartão de credito que ele, com o número de no-
tas fiscais emitidas. E aí fica claro que não está declarando tudo.
Portanto, “crescer sem medo” é a maneira de incentivar o empresá-
rio a declarar seu faturamento e ter uma contabilidade real, pois é
fundamental para a sobrevivência da empresa, porque se ele uma
contabilidade irreal acaba perdendo a mão do seu fluxo de caixa.
Então é fundamental que ele tenha a empresa 100% legalizada,
sem riscos de ser atuado e assim conseguir se organizar dentro
do seu planejamento de negócio.
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Para sobreviver
nesse meio
é necessário
profissionalismo,
capacidade de
gestão. Não
basta só talento
na cozinha.