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para organizar a venda das unidades residenciais, onde os moradores e
funcionários da mesma tinham prioridade na compra. Contudo, a maioria
dos funcionários não teriam condições de pagar as parcelas, mesmo com
os incentivos dados (Piquet, 1998). Dessa forma, grande parte dos
imóveis é vendida e ocupada pela classe média, uma vez que as áreas
eram centrais, com fácil acesso aos serviços e possuíam alto valor
imobiliário.
Essa mesma empresa criada fica responsável por construir novas
habitações para os funcionários. No entanto, o padrão das construções é
notoriamente mais baixo que aquele observado nas primeiras vilas
operárias, além de serem construídos em locais afastados sem muita
infraestrutura e serviços, onde os terrenos eram mais baratos. Também
não é feita uma política para manter o funcionário naquela unidade, de
modo que muitos deles acabam vendendo suas unidades por não
conseguirem manter as parcelas e também pela pressão de valorização
imobiliária, conforme ressalta Piquet (1998).
Ao retirar a responsabilidade de fazer a manutenção do espaço
público e das unidades residenciais, a companhia direcionou mais
investimentos em ampliar sua produção que passou por momentos de
rápida expansão.
Para compreender de forma mais clara os acontecimentos que
marcaram o desenvolvimento da região, é possível traçar alguns recortes
temporais. Bastos (2006) caracteriza essas transformações em três
momentos distintos de acordo, principalmente, com a orientação do
governo federal.
O primeiro momento é de 1940 a 1964, quando ocorre a idealização
e a construção da companhia. Esse momento é marcado pela orientação
populista e nacionalista, com o Estado provedor e estimulador da
economia. Havia uma intenção muito forte em fazer de Volta Redonda