VAZIOS INVISÍVEIS Vazios Invisiveis_TCC_Angelica Vidal | Page 37

37 para organizar a venda das unidades residenciais, onde os moradores e funcionários da mesma tinham prioridade na compra. Contudo, a maioria dos funcionários não teriam condições de pagar as parcelas, mesmo com os incentivos dados (Piquet, 1998). Dessa forma, grande parte dos imóveis é vendida e ocupada pela classe média, uma vez que as áreas eram centrais, com fácil acesso aos serviços e possuíam alto valor imobiliário. Essa mesma empresa criada fica responsável por construir novas habitações para os funcionários. No entanto, o padrão das construções é notoriamente mais baixo que aquele observado nas primeiras vilas operárias, além de serem construídos em locais afastados sem muita infraestrutura e serviços, onde os terrenos eram mais baratos. Também não é feita uma política para manter o funcionário naquela unidade, de modo que muitos deles acabam vendendo suas unidades por não conseguirem manter as parcelas e também pela pressão de valorização imobiliária, conforme ressalta Piquet (1998). Ao retirar a responsabilidade de fazer a manutenção do espaço público e das unidades residenciais, a companhia direcionou mais investimentos em ampliar sua produção que passou por momentos de rápida expansão. Para compreender de forma mais clara os acontecimentos que marcaram o desenvolvimento da região, é possível traçar alguns recortes temporais. Bastos (2006) caracteriza essas transformações em três momentos distintos de acordo, principalmente, com a orientação do governo federal. O primeiro momento é de 1940 a 1964, quando ocorre a idealização e a construção da companhia. Esse momento é marcado pela orientação populista e nacionalista, com o Estado provedor e estimulador da economia. Havia uma intenção muito forte em fazer de Volta Redonda